Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (26), o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), defendeu o fim do ensino noturno ao longo do tempo no Brasil.

Para o pernambucano, a luta é para que os jovens concluam o ensino médio aos 17 anos e não tenham que ir ao mercado de trabalho durante o dia, enquanto estudam à noite. “Espero que um dia a gente não tenha mais ensino noturno.

Isso é uma distorção provocada, porque na verdade quando o jovem vai para uma educação noturna ele acumulou deficiências ao longo da vida.

Então temos que acabar com a repetência para que ele não acumule defasagem, conclua o ensino médio como a grande maioria da classe média, aos 17 anos, e não tenha que se dirigir ao mercado de trabalho porque a família obriga e porque tem necessidade em casa”, disse.

LEIA TAMBÉM » Teto de gastos permitiu mais dinheiro para educação, diz Temer » Câmara aprova exigência de filosofia, sociologia e educação física no ensino médio Ainda assim, o ministro da Educação ressaltou que o ensino noturno será mantido no País, pois muitos jovens ainda necessitam para conciliar os estudos com o trabalho. “O ensino noturno está sendo preservado no novo ensino médio que estamos introduzindo, mas ao longo do tempo espero que vá diminuindo”, explicou.

OUÇA NA ÍNTEGRA: 1º parte: 2º parte: 3º parte: Durante o debate sobre educação, Mendonça Filho fez questão de falar sobre a Medida Provisória (MP 746/2016) que trata da reforma do ensino médio e se mostrou otimista ao afirmar que a proposta vai “passar com folga no Senado”. “Se ao longo de 20 anos não se chegou a um consenso sobre um projeto de lei para a reforma, não podemos esperar mais 20 anos.

Temos muitos jovens que não estudam e nossos resultados em português e matemática são ruins.

Não sou uma pessoa que vai ficar diante desse problema e ficar passivo.

Por isso, enviamos a MP para Câmara, foi aprovada e vai passar no Senado com ainda mais folga.

Vamos dar um passo muito positivo em favor dos jovens”, ressaltou Mendonça. » “Estamos consertando a irresponsabilidade fiscal do governo anterior”, diz Mendonça sobre PEC do Teto » “Reforma do ensino médio deve ser aprovada com folga na Câmara”, diz Mendonça Filho O ministro ainda comentou o parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando inconstitucionalidade da MP que busca a reforma da ensino médio.

Para Janot, a proposta ’não apresenta os requisitos de relevância e urgência'.

Ele destacou que o próprio MEC reconhece ‘a complexidade do projeto e a necessidade de participação democrática e amadurecimento’ Mendonça disse que o procurador-geral está “totalmente equivocado”. “Respeito muito a posição de Janot, mas ele esta equivocado na sua interpretação.

Não presenciei nenhuma manifestação em relação a medidas provisórias presentes na implantação do Fies, do Prouni e do Mais Médicos.

Para mim, o procurador está indo na contramão do que necessita de mudança”, disse o ministro. » Ministro Mendonça Filho diz que reforma do ensino médio “vai combater evasão” » “É a recessão que retira recursos da Educação”, afirma ministro Mendonça Filho A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5599 contra a medida provisória foi proposta pelo PSOL.

Mendonça disse que o partido não se preocupa com a situação dos jovens. “O PSOL é isso, né.

Contestam sempre tudo, se dizem progressistas, mas o que fazem é retroagir.

Agem por ideologia e não se preocupam a mudança para atender os jovens”, ressaltou.

O pernambucano disse esperar que o STF veja que não há inconstitucionalidade na medida provisória. “O Brasil sempre entendeu que relevante e urgente são as matérias econômicas.

Quando é Educação tem que ficar para depois.

Então eu vou lutar até o fim pela constitucionalidade”, disse Mendonça.