Líder dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e recém-saído do PT, o ex-deputado Cândido Vaccarezza assumiu, na última quinta-feira (22), o comando do PTdoB de São Paulo pregando apoio a Michel Temer (PMDB), de acordo com o jornal Folha de S.

Paulo.

Dizendo-se respaldado por ministros de Temer, Vaccarezza, que também foi secretário-geral petista, chega ao partido com o objetivo de fortalecer a sigla no Estado.

Nascido como dissidência do PTB, o PTdoB será rebatizado em março, possivelmente de “Nova Democracia”.

Segundo a publicação, haverá também troca de número do partido, que hoje é 70.

Vaccarezza admite estar conversando com parlamentares do PT, mas nega a intenção de atrair, exclusivamente, descontentes petistas. “Não queremos ser o PT dois.

Não quero fazer contraponto ao PT.

Nem tenho peso para isso”, disse ao jornal.

De acordo com Vaccarezza, a mudança do nome nasce da necessidade de afastar a ideia de que seja um desdobramento do PT. “E o nome PTdoB não quer dizer nada”, justifica o ex-petista.

Contrário à convocação de uma nova eleição presidencial, Vaccarezza diz que o partido “deve fazer parte da base do governo Temer e puxá-lo para avançar para o lado do povo”.

O objetivo é que a legenda chegue em março com seis deputados.

Hoje, o PTdoB tem quatro, bancada que se dividiu durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

SILVIO COSTA NÃO GOSTOU Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados Apesar da declaração de apoio de Vaccarezza a Temer, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE), um dos defensores do mandato de Dilma, já avisa que não concorda com esse posicionamento. “Já conversei com Vaccarezza.

Acho que nem vamos precisar discutir.

Talvez o governo Temer não resista até lá”, diz Costa.

INDICIAMENTO Líder do governo na Câmara dos Deputados entre janeiro de 2010 e março de 2012, Vaccarezza foi destituído do cargo pela então presidente Dilma Rousseff.

Um dos pontos de conflito foi o fato de ele insistir numa aproximação com o PMDB, em detrimento da articulação sustentada pelo então ministro Aloizio Mercadante.

Em 2014, Vaccarezza não conseguiu se reeleger para a Câmara, derrota que atribui ao PT.

Em 2015, foi indiciado pela Polícia Federal sob acusação de recebimento de propina derivada de contratos da Petrobras.

O inquérito foi arquivado.

Em agosto, deixou o PT dizendo que o impeachment de Dilma não fora um golpe.