Adversária do prefeito reeleito Geraldo Julio (PSB) nas eleições municipais deste ano e ex-vereadora de oposição na gestão do socialista, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) questionou a reforma administrativa anunciada pela equipe da Prefeitura do Recife nesta sexta-feira (23).

O projeto que começou a tramitar mais cedo na Câmara Municipal reduz nove secretarias e três órgãos, mas não diminui o número de secretarias executivas nem a folha de pagamento. “Onde está no projeto de lei enviado à Câmara do Recife as medidas relativas à extinção de cargos?”, pergunta Priscila Krause em nota.

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Em algumas pastas, para ela, houve “apenas um artifício vocabular sem consequências administrativas”. » Geraldo Julio anuncia redução de secretarias no Recife; saiba quais » Com redução, Geraldo Julio pretende economizar R$ 81 milhões por ano » Veja a íntegra do projeto de Geraldo Julio para contenção de despesas no Recife » Leia a íntegra da nota divulgada por Priscila Krause: “Após muita pressão e dificuldades de caixa, a gestão do prefeito Geraldo Julio na Prefeitura do Recife anunciou hoje pela manhã a tão propagada “reforma administrativa” com objetivo de reduzir gastos e adequar a máquina municipal à realidade brasileira, uma iniciativa necessária e apoiada por todos que objetivam uma transformação verdadeira na cidade.

Sobre as medidas anunciadas, pontuo: 1 – Tendo sido a administração que levou a folha de pessoal da Prefeitura do Recife ao mais alto nível grau de gasto com pessoal da história (49,96% no balanço do primeiro quadrimestre de 2016), onde está no projeto de lei enviado à Câmara do Recife as medidas relativas à extinção de cargos?

O texto, ao contrário, registra que as folhas de pessoal das três unidades da administração indireta extintas (Sanear, Iasc e Ginásio Geraldo Magalhães) serão absorvidas pelas secretarias que passarão a cuidar das políticas públicas até aqui sob a responsabilidades dos órgãos agora extintos. 2 – Ao afirmar que a Prefeitura reduz de 24 para 15 o número de secretarias, a administração induz ao erro.

Atualmente a gestão conta com 29 unidades orçamentárias com orçamento delimitado pela Lei Orçamentária Anual, independentes e chefiados por um executivo público de livre nomeação do prefeito (remuneração de “secretário”).

A administração extingue nove unidades orçamentárias e cria três novas, sendo elas os “órgãos de assessoramento direto”: “Procuradoria Geral do Município”, “Gabinete de Imprensa” e “Assessoria Especial”.

Portanto, pode-se afirmar que na administração direta em vez de redução de “nove” unidades orçamentária, tem-se uma redução de “seis”. 3 – Na prática, extinguem-se portanto as secretarias de Combate ao Crack, Administração, Habitação, Esportes, Desenvolvimento e Empreendedorismo e Juventude e Qualificação Profissional sem especificação a respeito do destino da folha de pessoal ali contemplada.

As secretarias de Imprensa, Assuntos Jurídicos e Relações Institucionais permanecem contempladas a partir dos órgãos “Gabinete de Imprensa”, “Procuradoria Geral do Município” e “Assessoria Especial”, sendo a troca do nome “secretaria” para “órgão” apenas um artifício vocabular sem consequências administrativas.

Certa de que cumpro o papel fiscalizador que tem na melhoria da qualidade de vida o seu objetivo fim, aguardo os esclarecimentos oficiais.

Priscila Krause Deputada estadual (Democratas)”