O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht afirmou em delação premiada que a empreiteira mantinha uma espécie de conta no nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O dinheiro tinha como finalidade fazer com que Lula continuasse influente no cenário político depois do final do mandato presidencial em 2010.
As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A conta era financiada pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como departamento de propina, e gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci, segundo as informações dos delatores.
O montante seria utilizado para o pagamento de propinas e caixa 2.
Lula era apelidado de “amigo” nas planilhas da Odebrecht, por conta da relação que possuía com o dono do grupo, Emílio Odebrecht.
As delações mostram que o dinheiro na conta era utilizado para financiar projetos, sendo um deles a compra de um imóvel para a construção da nova sede do Instituto Lula.
Os procuradores dizem que parte das propinas pagas pela empreiteira em contratos da Petrobras teriam servido para a compra do local.
Os delatores afirmam que havia ações para manter Lula influente por meio do financiamento de campanhas de líderes de esquerda da América Latina, em regiões onde havia atuação da Odebrecht.
No documento que fala sobre o Instituto Lula em posse da investigação, também foram encontrados os dizeres “Evento El Salvador via Feira”, vinculado ao valor de R$ 5,3 milhões.
Segundo delatores, o dinheiro foi pago ao marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha que elegeu Maurício Funes como presidente em El Salvador no ano de 2009.
A liberação do valor teria sido autorizada pelo ex-presidente.