Sem alarde, o Estado de Pernambuco pagou pela apresentação do músico Silvério Pessoa, em Brasília, na homenagem a Miguel Arraes, nas comemorações do centenário do ex-governador, em 13 de dezembro.

Na ocasião, o Congresso promoveu uma série de atividades, como sessão solene, exposições e discursos em homenagem ao falecido líder político do PSB.

O que não era sabido foi que coube ao Estado de Pernambuco, com seus recursos próprios, pagar a apresentação artística ocorrida durante a homenagem a Arraes em Brasília.

A presidente da FUNDARPE, Márcia Souto, através da inexigibilidade 840/2016, autorizou que os custos da participação do cantor fossem pagos sem licitação com recursos públicos do Estado de Pernambuco.

A autorização foi dada em 12 de dezembro, um dia antes da homenagem.

Nascido em Carpina, Silvério Pessoa, 54 anos, é cantor, violonista e pianista.

Ele iniciou sua carreira na banda Elfos. “O músico não tem nenhuma culpa pelo fato, mas cabe questionar qual a relação de um show em Brasília com a cultura pernambucana, única função administrativa da FUNDARPE.

Como este gasto não tem obviamente qualquer relação com cultura pernambucana, a despesa da FUNDARPE pode ser questionada, quem sabe até como improbidade de quem autorizou”, disse um deputado, sob reserva.

Não é a primeira vez, nas últimas semanas, que homenagens a Arraes com recursos públicos do Estado causam polêmica.

O Blog também revelou, com exclusividade, que a Assembleia pretendia gastar 1,7 milhão de reais com 8 mil livros em homenagem a Arraes.

Após a divulgação, o advogado Antônio Campos, neto de Arraes, divulgou nota dizendo que não ia autorizar o projeto, pois os custos seriam “superdimensionados” para o grave momento de crise e seca que passava o Estado.

Apesar desta posição da família de Arraes contra, o deputado Guilherme Uchôa (PDT), presidente da Assembleia, chegou a afirmar que o projeto dos livros ia continuar, mas esclareceu antes que era uma responsabilidade do primeiro-secretário, deputado Diogo Moraes (PSB).