Mais cedo, o Blog de Jamildo revelou que, sem alarde, o Estado de Pernambuco pagou R$ 10 mil pela apresentação do músico Silvério Pessoa, em Brasília, na homenagem a Miguel Arraes, nas comemorações do centenário do ex-governador, em 13 de dezembro.
Na ocasião, o Congresso promoveu uma série de atividades, como sessão solene, exposições e discursos em homenagem ao falecido líder político do PSB.
O que não era sabido foi que coube ao Estado de Pernambuco, com seus recursos próprios, pagar a apresentação artística ocorrida durante a homenagem a Arraes em Brasília.
Para surpresa do blog, Antônio Campos, neto de Arraes, contestou a informação, ainda há pouco.
O advogado, por meio de nota oficial, disse desconhecer a apresentação e prometeu pedir explicações à Fundarpe.
Veja abaixo a nota oficial: “Com referência ao show de Silvério Pessoa, em Brasília, no centenário de Miguel Arraes, temos a registrar o seguinte: 1- O show que houve no centenário de Arraes em Brasília constou com a presença dos artistas Antônio Carlos Nóbrega, Ivan Lins e Toquinho, custeados pela Fundação João Mangabeira do PSB. 2- Desconhecemos a realização do show citado na referida matéria. 3- Iremos pedir informações, por ofício, à Fundarpe sobre a contratação e a realização do show, para melhores esclarecimentos. 4- É o que temos a dizer no momento.
Antônio Campos Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Miguel Arraes - IMA” Entenda o caso A presidente da FUNDARPE, Márcia Souto, através da inexigibilidade 840/2016, autorizou que os custos da participação do cantor fossem pagos sem licitação com recursos públicos do Estado de Pernambuco.
A autorização foi dada em 12 de dezembro, um dia antes da homenagem.
Nascido em Carpina, Silvério Pessoa, 54 anos, é cantor, violonista e pianista.
Ele iniciou sua carreira na banda Elfos. “O músico não tem nenhuma culpa pelo fato, mas cabe questionar qual a relação de um show em Brasília com a cultura pernambucana, única função administrativa da FUNDARPE.
Como este gasto não tem obviamente qualquer relação com cultura pernambucana, a despesa da FUNDARPE pode ser questionada, quem sabe até como improbidade de quem autorizou”, disse um deputado, sob reserva.
Não é a primeira vez, nas últimas semanas, que homenagens a Arraes com recursos públicos do Estado causam polêmica.
O Blog também revelou, com exclusividade, que a Assembleia pretendia gastar 1,7 milhão de reais com 8 mil livros em homenagem a Arraes.
Após a divulgação, o advogado Antônio Campos, neto de Arraes, divulgou nota dizendo que não ia autorizar o projeto, pois os custos seriam “superdimensionados” para o grave momento de crise e seca que passava o Estado.
Apesar desta posição da família de Arraes contra, o deputado Guilherme Uchôa (PDT), presidente da Assembleia, chegou a afirmar que o projeto dos livros ia continuar, mas esclareceu antes que era uma responsabilidade do primeiro-secretário, deputado Diogo Moraes (PSB).