Estadão Conteúdo - O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) considera que o presidente Michel Temer “vai enfrentar uma dificuldade grande” para concluir o mandato até 2018.

Em entrevista na terça-feira (20) à rádio RPN, de João Pessoa, Cássio defendeu que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, deveria substituir Temer. “Uma nova eleição seria a melhor saída, não tenho dúvida”, comentou.

Licenciado do cargo de senador desde setembro, ele afirmou que sempre foi favorável a eleições diretas para presidente e que a defesa do presidente no processo que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “não combina” com a tradição da Justiça Eleitoral.

O parlamentar disse que só apoiou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) porque o processo no Senado “andou mais rápido” do que o do TSE.

LEIA TAMBÉM » Dilma: Temer traiu programa com PEC do Teto e Reforma da Previdência » Odebrecht delata caixa 2 para a chapa Dilma-Temer » Para Cristovam Buarque, Temer não cai por falta de alternativas “Eu sempre achei que a nova eleição seria o melhor remédio para distender o País e encontrar legitimidade no que diz respeito à composição de um novo governo.

Infelizmente o TSE não concluiu o julgamento a tempo, o impeachment andou mais rápido e havia também razões objetivas para realização do impeachment, uma vez que presidente Dilma inegavelmente cometeu os crimes que lhe eram imputados”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de haver eleição indireta e de o Congresso escolher o nome de Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário, para a presidência, Cássio respondeu que a contribuição que FHC poderia dar “já foi dada”.

O tucano considera que as pessoas não procuram a solução na política tradicional e que seria mais fácil encontrar um nome fora desse círculo.

Ele declarou que Cármen Lúcia seria a melhor opção para cumprir o período de transição, afirmando que ela é “uma mulher cuja honestidade e probidade ninguém discute, que tem experiência e tem capacidade”. “É preciso pensar um pouco mais largo e o Brasil já deu demonstração de disposição de dar oportunidade para as pessoas que também não estão na militância política mais tradicional.” » Paulo Câmara diz que Temer não faz união nacional esperada » De olho em 2018, Alckmin se afasta de Temer e da cúpula do PSDB » “Com a força do povo, uma República de novo”, ironiza Cássio Cunha Lima no Senado Nesta quarta-feira, em meio aos boatos de afastamento dos tucanos, Temer minimizou as declarações de Cássio durante evento ao lado o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para a entrega de 420 unidades do Minha Casa Minha Vida, em Mogi das Cruzes. “É natural que falas dessa natureza aconteçam.

Se não estivermos habituados a falas dessa natureza, não conseguimos governar.

Temos que passar adiante”, declarou.

Questionado sobre o possível afastamento dos tucanos de sua gestão, em razão do acirramento da crise política e econômica e da Operação Lava Jato, o presidente da República teceu elogios a atuação do PSDB.

Ele disse que os tucanos têm prestado um auxílio “extraordinário” à sua gestão, brincando que só não iria levantar a mão de Alckmin (num sinal clássico de vitória) porque não iria pegar bem.