Os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros se reuniram nesta quarta-feira (21) pela primeira vez com as associações que representam os profissionais das corporações desde o início da operação padrão, no último dia 6.
Os dois lados saíram sem uma proposta concreta, mas com um novo encontro marcado para a tarde desta quinta-feira (22), em que debaterão os aspectos técnicos de um acordo que será apresentado ao secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, na sexta-feira (23), quando ele os receberá.
Apesar de o comandante da PM, Carlos D’Albuquerque, afirmar que o cumprimento do Programa Jornada Extra de Segurança (PJES) é a “condição número 1” para essa negociação, o presidente da Associação de Praças de Pernambuco (Aspra-PE), José Roberto Vieira, afirma que a mobilização continua. “Tem que voltar à normalidade”, defendeu D’Albuquerque após a reunião.
O comandante explicou que quer construir um “número de consenso” e, só então, um documento semelhante a uma minuta de projeto de lei antes de a proposta chegar a Gioia.
O caso vai para Paulo Câmara em reunião marcada para 4 de janeiro, desta vez sem as associações de PMs, já que o governador adiantou que não receberá as associações.
LEIA TAMBÉM » Justiça determina bloqueio judicial de contas das associações de PMs » Após interrupção das férias, 1,4 mil PMs voltam ao trabalho » Associação de PMs vai ao Ministério Público para tentar manter operação padrão O presidente da Aspra-PE reclamou da decisão do governador, mas analisou positivamente a realização da reunião, convocada a pedido do deputado estadual Joel da Harpa (PTN). “Como hoje se abriu esse canal, mas ele está muito aquém do que queremos, que é a mesa permanente de negociação, digo que demos um primeiro passo.
Mas por enquanto não vamos ceder”, afirmou Vieira. “Isso já é um passo”, ressaltou, porém.
Ele espera que os números que serão apresentados pelo comando da PM nesta quinta-feira (22) sejam semelhantes à proposta dos praças.
O plano de cargos e carreiras sugerido pelos PMs propõe o aumento dos soldados, que hoje recebem R$ 2.319,89, para R$ 4.497,84, valor aproximado ao piso da categoria em Sergipe.
Os coronéis, que hoje recebem R$ 13.160,95, passariam a ter um salário de R$ 22.498,82. » Joel da Harpa diz que ‘greve branca’ da PM deve durar meses » PMs que não cumprirem jornada extra poderão ser presos » Promotor recorre e pede prisão preventiva de representantes de PMs Justificando a manutenção da operação padrão, o representante da associação de praças voltou a criticar a decisão de Paulo Câmara de acabar com a mesa de negociação e transferir essa responsabilidade para o comandante. “Isso preocupa e cria uma insatisfação entre a tropa.
O governador Paulo Câmara recebe todas as categorias menos as associações militares.
Comandante é cargo de confiança; se for contra o Governo do Estado, cai”, disse. “Sabemos que isso (a operação padrão) não é bom, principalmente para a sociedade.
Mas essa ausência de policiais na rua também é uma questão do Governo do Estado.”