Após a determinação da Justiça do Trabalho para suspender as obras no eixo leste da Transposição do Rio São Francisco, o Ministério da Integração Nacional, pasta que cuida da construção do canal, enviou uma nota ao Blog de Jamildo negando responsabilidade no caso e afirmando que as empresas devem manter a segurança dos trabalhadores.

Apesar de não assumir a culpa, disse que está tomando providências para a retomada das atividades.

LEIA TAMBÉM » Justiça do Trabalho suspende obras na Transposição do São Francisco A decisão em caráter liminar do juiz do Trabalho Antonio Augusto Serra Seca Neto acatou ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em fiscalização realizada esse mês, o órgão constatou que empregados que atuam no Túnel Monteiro, na divisa entre Pernambuco e Paraíba, cumprem as suas funções em condições indignas, como calor excessivo.

Além disso, apontou um grave risco de acidentes no transporte de trabalhadores.

Segundo os técnicos do MPT, os ônibus não têm cintos de segurança; os discos do tacógrafo não existem ou estão quebrados; há extintores de incêndio com prazo de recarga vencida; faltam documentos dos veículos e de carteira de habilitação dos motoristas; os pneus estão velhos e ‘carecas’; foram encontrados faróis e lanternas queimados. » MPT recomenda que consórcios da Transposição paralisem obra no eixo leste » Na Transposição, consórcios não comprovam suspensão e MPT entra com ação na justiça Os alvos da ação são os consórcios Bacia do São Francisco e São Francisco Leste, além da S.A.

Paulista de Construções e Comércio, da FBS Construção Civil e Pavimentação Ltda. e da Somague Engenharia S.A do Brasil.

As empresas só poderão retomar o serviço quando as regras de segurança forem cumpridas, podendo pagar multa de R$ 100 mil se descumprirem a medida. » Leia a íntegra da nota do Ministério da Integração Nacional: “Sobre a decisão Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região de Pernambuco que determinou a paralisação das obras do túnel Giancarlo de Lins Cavalcanti (PB) no Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco, o Ministério da Integração Nacional vem a público prestar os seguintes esclarecimentos: 1) O Ministério da Integração Nacional não é réu no processo e, portanto, não foi notificado e ainda não conhece o conteúdo da decisão. 2) Cabe ao contratado - consórcio e/ou empresas - manter as condições de saúde e segurança dos profissionais por ele contratados e que atuam nas obras, conforme exigido pelo Ministério da Integração Nacional em contrato firmado; 3) O Ministério da Integração Nacional já está atuando para tomar as medidas cabíveis sobre o assunto e retomar as obras no trecho o mais rapidamente possível.” » Edital de último trecho da transposição sai no mesmo dia da visita de Temer a Pernambuco, mas beneficia Ceará » Ministério repassa R$ 25 milhões para Adutora do Agreste O eixo leste da Transposição atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia e vai até Monteiro, na Paraíba.

Segundo o Ministério da Integração, 90,27% das obras estão concluídos nesse trecho.

A previsão era de entregá-lo até o fim deste ano e começar a funcionar no primeiro semestre do próximo.

A água deveria chegar a Monteiro em fevereiro e a Campina Grande, no mesmo estado, em abril de 2017, depois de passar por Pernambuco. » Governo solicita licença de operação para a transposição do São Francisco » Em tom de despedida, Dilma diz em Pernambuco que ficará triste se não vir fim da Transposição As obras na maior parte do eixo norte, que tem 91,25% de conclusão, já estavam paradas há quase seis meses, após a Mendes Júnior abandoná-lás por estar em dificuldades financeiras após ser envolvida na Operação Lava Jato.

A mesma construtora deixou inacabados outros empreendimentos em Pernambuco, como o Corredor Leste-Oeste e a requalificação da BR-101.