Estadão Conteúdo - O Ministério Público Federal (MPF) pediu nessa segunda-feira, 19, a prisão preventiva de Pedro Ramos de Miranda, apontado como “faz tudo” do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB).

Miranda já havia sido indiciado 64 vezes por lavagem de dinheiro e por envolvimento em organização criminosa que, segundo os procuradores, era chefiada por Cabral O ex-governador está preso desde o dia 17 de novembro sob a acusação de ter movimentado pelo menos R$ 224 milhões em propinas de empreiteiras em seus dois mandatos, de 2007 a 2014.

O MPF acredita que em liberdade Miranda poderia continuar lavando dinheiro para Cabral.

Miranda foi assessor especial do ex-governador e tinha relações próximas com outros envolvidos no esquema de corrupção, segundo o MPF.

Tratado como “Ramos”, ele seria encarregado de comprar joias para lavar dinheiro, tendo pago, em nome do ex-governador e da ex-primeira dama Adriana Ancelmo (apontada como integrante da organização e presa no último dia 6), R$ 7 milhões em itens adquiridos nas joalherias Antonio Bernardo e H.Stern.

Miranda fazia saques de valores altos da conta do ex-governador, pagava as joias e as levava até ele.

No dia 17, quando foi deflagrada a Operação Calicute, da Polícia Federal, Miranda, que é bombeiro militar, foi conduzido coercitivamente a depor à PF.

Não teve pedida a sua prisão pelo MPF porque ele forneceu seu endereço residencial e por faltarem elementos sobre sua participação nos crimes, segundo o pedido de ontem, assinado pelos procuradores Eduardo El-Hage, Leonardo Freitas, Renato Oliveira e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva.

Os depoimentos colhidos pela PF acabaram evidenciando o envolvimento de Miranda no esquema, sustentam os procuradores.

Só que o militar não foi encontrado no endereço indicado no depoimento.

Para agravar a situação do bombeiro, vizinhos informaram que ele não morava lá havia mais de um ano.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.