Em entrevista concedida ao Blog, na manhã desta terça-feira (20), o deputado estadual Joel da Harpa (PTN) defendeu que a única solução para a crise entre a Polícia Militar de Pernambuco e o Governo do Estado seria a deflagração de uma greve geral da categoria.
Para o parlamentar, diferente da Operação Padrão deflagrada pelos PMs, no último dia 6 de dezembro, uma “greve tem prazo de validade”. “Para mim é melhor que a greve aconteça, pois tem prazo de validade.
Ela dura dois, três ou quatro dias, mas ela se encerra.
O que está havendo é uma briga de poder das associações com os coronéis e o Governo não está conseguindo resolver essa briga interna, que foi produzida pelo próprio governo estadual quando retirou as associações da mesa de negociação”, ressaltou.
A insatisfação da tropa com o governo aumentou justamente quando o Governo Paulo Câmara (PSB) decidiu retirar as associações da mesa de negociação permanente dos militares, negociando diretamente com os comandantes gerais.
Associações como a Aspra-PE (Associação de Praças de Pernambuco), alegam que como os comandantes ocupam cargos de confiança, não representam os interesses da tropa. “A tropa não vai deixar de confiar nas entidades representativas, para cofiar nos comandantes no sentido de negociação, pois o comandante é um cargo indicado pelo próprio Governo”, disse Joel da Harpa. “FALTA DIÁLOGO” Foto: Diego Nigro/JC Imagem Durante a entrevista, o deputado afirmou que o que mais inflama a tropa é uma suposta “falta de diálogo” por parte da gestão estadual. “Nesse momento de crise, eu como deputado, já procurei todos os meios de interlocução: governo, secretário de Defesa Social, presidente da Alepe, já fiz vários pronunciamentos na Casa, mas se a gente não tiver uma interferência para sentar todo mundo numa mesa e quebrar esse ego, essa vaidade, não vai se resolver”, disse. “Não podemos ficar calados, o governo revogou a mesa de negociação e jogou a responsabilidade para os coronéis.
Como a Secretaria de Defesa Social é quem manda nos coronéis, ela tem que chamar a responsabilidade para si e não obrigar o cara a tirar extra.
O comandante-geral baixou uma portaria na qual quem não tirar extra vai ser preso, e quem é obrigado a fazer extra?
Isso é loucura!”, ressaltou Joel da Harpa.
O deputado ainda disse que a tropa não vão voltar atrás. “Se o Governo, até o início do ano, não mudar esse pensamento de radicalizar, não haverá outro caminho que não seja a greve, por que a tropa está decidida de não abrir para o Estado”.