Em meio à crise na segurança e à ‘operação padrão’ dos policiais militares, o governo Paulo Câmara anunciou na noite desta quarta-feira (14) que PMs, policiais civis e profissionais da Polícia Científica que estiverem de férias devem voltar ao trabalho desde esta quinta-feira (15) até o dia 31 dezembro.

A cúpula da Secretaria de Defesa Social se reuniu esta noite e deve divulgar outras medidas no dia em que boatos de arrastão assustaram a população do Recife, aumentando o clima de insegurança na cidade.

LEIA TAMBÉM » PMs que não cumprirem jornada extra poderão ser presos Para pressionar o governo por um plano de cargos e carreiras para a categoria como foi feito para os policiais civis no mês passado, os PMs decidiram, desde o último dia 9, não cumprir o Programa de Jornadas Extras (PJEs), reduzindo o efetivo nas ruas.

A medida vale até a próxima rodada de negociação, marcada para o dia 4 de janeiro. » Polícia desmente boato sobre arrastão no Centro do Recife » Promotor recorre e pede prisão preventiva de representantes de PMs O plano de cargos e carreiras sugerido pelos PMs propõe o aumento dos soldados, que hoje recebem R$ 2.319,89, para R$ 4.497,84, valor aproximado ao piso da categoria em Sergipe.

Os coronéis, que hoje recebem R$ 13.160,95, passariam a ter um salário de R$ 22. 498,82. » Pedido de aumento da PM custaria quase R$ 1 bilhão aos cofres públicos » Governo de Pernambuco transfere negociação com a PM para comando da corporação Paulo Câmara pediu ao presidente Michel Temer (PMDB) o apoio das Forças Armadas para a segurança durante a operação padrão da PM, mas os 3,5 mil homens do Exército só ficam no Estado até a próxima segunda-feira (19).

O governador alegou na solicitação a Temer não aceitar “o desrespeito à hierarquia e a quebra do código disciplinar da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar verificado nos movimentos ilegais realizados por associações das duas entidades”. » Ministro diz que soldados do Exército podem ficar mais tempo no Recife, se necessário » “Exército nas ruas mostra incapacidade do Estado de dialogar”, diz presidente da Associação de Cabos e Soldados O presidente e o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Alberisson Carlos e Nadelson Leite, foram presos no dia em que a operação padrão foi iniciada, durante a assembleia que determinou a medida.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a pedido do Governo de Pernambuco, havia proibido as associações militares do estado de realizar reuniões para deliberar sobre greves.

Os dois foram soltos no dia seguinte e criticaram a gestão estadual. » PMs aprovam em assembleia operação padrão » Ex-capitão da PM diz ter sido rebaixado a tenente por perseguição do governo » Joel da Harpa diz que vai assumir ‘qualquer responsabilidade’ sobre movimento dos policiais e bombeiros A reivindicação dos policiais ficou mais forte depois que os policiais civis conseguiram a aprovação do plano de cargos e carreiras pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e os militares passaram a exigir reajustes também para eles.

O comandante geral da corporação, Carlos D’Albuquerque, porém, afirmou que a data prevista para a negociação é em abril.

Mesmo assim, disse que há uma sinalização do governo estadual para elaborar o acordo prevendo reajustes até 2018, da mesma forma que foi feito em relação aos civis.

O objetivo seria encaminhar o projeto aos deputados para análise até fevereiro de 2017. » Oposição na Alepe propõe mudança no Pacto pela Vida e vai procurar Justiça » Armando volta a criticar Paulo Câmara e diz que “o Pacto pela Vida faliu” A reivindicação da PM acontece também no momento em que o Pacto pela Vida, programa de segurança que era vitrine da gestão de Eduardo Campos (PSB) chega ao terceiro ano de resultados negativos, com aumentos tanto nos índices de homicídios quanto nos de roubos.

Paulo Câmara chegou a tirar o secretário Alessandro Carvalho e colocar o atual gestor, Ângelo Gioia.