Dez meses após declarar que conversava com presos por telefone, o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, passou a ser investigado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por improbidade administrativa.
Ao Blog de Jamildo, o auxiliar do governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que recebe com tranquilidade a informação sobre a apuração. “O Ministério Público tem que cumprir com o seu papel e o meu papel é defender os direitos humanos, o meu papel é reduzir a violência contra as pessoas”, declarou por telefone.
LEIA TAMBÉM » Ministério Público investiga secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco » Pedro Eurico diz que receber ligações de presos “não é nada de excepcional” » Pedro Eurico se livra de acusações sobre uso de celulares e Carlos Guerra é criticado por suposta leniência com políticos Pedro Eurico afirmou que, da mesma forma que fez em fevereiro, quando a polêmica foi iniciada, vai prestar todos os esclarecimentos necessários ao órgão. “Na minha vida pública, eu sempre busquei respeitar o Ministério Público”, disse o titular da pasta de Justiça e Direitos Humanos. » Para criminalistas, Pedro Eurico poder ser investigado pelo artigo 349-A do Código Penal » Comissão de Cidadania da Alepe apresenta representação contra secretário Pedro Eurico » Pedro Eurico passa de “pedra” a “vidraça” em discussão sobre segurança pública na Alepe A secretaria é responsável pela gestão do sistema prisional do Estado, um dos calos do governo.
Pedro Eurico foi chamado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para uma audiência pública após fugas e mortes em unidades, quando declarou: “Eu cometo hoje um ato irregular.
Eu dei meu celular em todas as cadeias.
Eu não queria dar meu celular.
Por que?
Porque eu estou admitindo que presos usem o celular.
Mas eu vou ser cínico?
Eu vou mentir?
O celular existe e está lá.
E eu dei o meu celular e disse: liguem a cobrar.
Quem sofrer tortura, quem sofrer vilipêndio, quem tiver informação para dar.
E eles ligam.” A Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Alepe e a bancada de oposição pediram ao Ministério Público para investigar o secretário, mas as denúncias foram arquivados dois meses depois.