Em entrevista concedida à Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (12), o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), defendeu a instalação de uma Guarda Nacional Permanente no Brasil, para situações onde as Forças Armadas precisem agir em Estados com problemas na área de segurança pública, como Pernambuco, que neste momento conta com 3,5 mil soldados do Exército, Marinha e Aeronáutica, destinados a reforçar, até o dia 19 deste mês, a segurança no Grande Recife, após iminência de greve da Polícia Militar do Estado.

Segundo Raul Jungmann, já existem conversas para que a Guarda Permanente seja criada. “Precisamos dessa Guarda, que seja ligada às Forças Armadas para e seriam melhores para este tipo de ocorrência, pois é mais rápido e o militar não é trienado para fazer função de polícia.

Sempre que houvesse restrição, teríamos uma tropa especial treinada, preparada e seria uma medida importante.

Já tenho conversado com o presidente para criar essa Guarda”, explicou.

O ministro também espera que as negociações da Polícia Militar com o Governo de Pernambuco se resolva de forma rápida. “Vamos resolver o problema da segurança na segurança.

Por hora da pra fazer, pois para militares missão dada é cumprida, mas existem limites físicos e de recursos.

Então esperamos que a situação seja revertida e não se alastre”, disse. “Militares são preparados para a guerra e para impedir que acontecem ataques ao País.

Defesa é uma coisa e policiamento é outra”, completou.

Questionado sobre uma suposta ameaça de “golpe militar”, que surgiu nas redes sociais, após o Exército ir às ruas no Recife, Jungmann disse que as Forças Armadas irão defender a democracia. “Se alguém tentar algo contra a democracia, os militares serão uma parede.

Hoje, eles são ligados às regras e à constituição”, disse.

Foto: Aluisio Moreira/Sei A participação das Forças Armadas nas ações de segurança do Estado para assegurar a manutenção da ordem e da autoridade pública foi discutida, no sábado (10), durante reunião operacional, no Palácio do Campo das Princesas, entre o governador Paulo Câmara, Raul Jungmann, e representantes do Estado Maior das Forças Armadas. “Foi uma medida de precaução importante e necessária.

Não podemos, de nenhuma maneira, colocar em risco a população.

Diante de movimentos ilegais que vimos ontem, eu tinha o dever, como governador, de alertar o Governo Federal”, destacou Paulo Câmara, ressaltando que a PM tem se mostrado presente nas ruas. “Os lançamentos da Polícia Milita, do Corpo de Bombeiros e das outras polícias estão normais em todo o Estado.

Nós estamos com funcionamento nos batalhões em todo Pernambuco e estamos dando esse reforço do Exército na RMR”, completou.

O Governo de Pernambuco solicitou, no último dia 6, ao presidente Michel Temer (PMDB) autorização para emprego das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança, alegando “não aceitar o desrespeito à hierarquia e a quebra do código disciplinar da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar verificado nos movimentos ilegais realizados por associações das duas entidades”.