Em entrevista coletiva concedida pelo presidente da República, após cerimônia de assinatura de atos no BNB, na sexta-feira, depois de Pernambuco, Temer reclamou com a oposição, ao responder a uma questão.
Segundo um jornalista, Temer disse que a oposição está falseando os dados da PEC do teto. “Não, é o que eu ouço.
Só se for falsa a notícia”, disse Temer. “Eu ouço sempre que a PEC do teto dos gastos vai reduzir os valores para a Saúde e a Educação, uma coisa quase proposital, não é?
E eu estou tentando evidenciar, como muitos já o fizeram, que não haverá redução de valores de Saúde e Educação.
Estou dizendo: É preciso dizer a verdade.
E até brinquei: contra o argumento eu apresento o documento.
E o documento que eu sugiro que se verifique é o Orçamento do ano que vem, que se baseia no teto e onde as verbas para Saúde e Educação foram acrescidas e não diminuídas”.
Na quinta, dirigentes das Centrais Sindicais se reuniram no Dieese, em São Paulo, para debater a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo.
Estiveram presentes representantes da CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas e CGTB.
O objetivo do encontro foi elaborar propostas para organizar a resistência aos pontos mais polêmicos da reforma, visando fazer com que os direitos da classe trabalhadora sejam respeitados.
Entre as mudanças rechaçadas pelas Centrais estão a fixação da idade mínima de 65 anos para aposentadoria, com elevação do tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos; desvinculação de benefícios do salário mínimo; e novas exigências previstas para os trabalhadores do campo.
Em entrevista à Agência Sindical, o primeiro secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite (Serginho), disse que há consenso entre as Centrais presentes à reunião. “A proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo é prejudicial para milhões de trabalhadores”, ele diz.
Segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese, as Centrais se propuseram a estudar criteriosamente a proposta do governo. “Isso será feito com o apoio nosso, para que os Sindicatos tenham condições de esclarecer suas bases e estimular a participação ativa dos trabalhadores nas discussões que fazem parte dos tramites legais da proposta”.
As Centrais também aprovaram reforçar a mobilização nas categorias.
Hoje, a Força apresenta, a partir das 11 horas, um calendário de lutas contra a reforma da Previdência.
Cerca de quinhentos sindicalistas devem participar da reunião, na capital paulista.
Os metalúrgicos do ABC também fazem protesto no km 18 da Rodovia Anchieta, às 9 horas.
Na avaliação de Serginho, qualquer manifestação contra a reforma tende a ganhar real participação dos trabalhadores. “O fato é que as mudanças propostas no âmbito da previdência causam impactos diretos na vida de todos nós, trabalhadores e aposentados”, argumenta.
O secretário-geral da UGT, Canindé Pegado, avalia que a reunião foi positiva e agora a Central parte para os debates internos e organização das bases. “Sozinhos nós não derrubaremos a reforma da Previdência; isso deve ficar claro.
Então, precisamos unir forças para que ela seja feita de forma a não prejudicar os trabalhadores e o próprio sistema de seguridade social”.