Durante assembleia da Polícia Militar, na tarde desta sexta-feira (9), para deliberar sobre uma possível greve, o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Alberisson Carlos, e o vice-presidente da entidade sindical, Nadelson Leite, foram presos.
Uma oficial de justiça chegou ao ato e entregou a intimação aos sindicalistas.
Militares da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), fardados, efetuaram a prisão administrativa em flagrante. “Eu estou sendo preso, mas não pode haver indisciplina.
Não podemos deixar que isso transforme tudo em confusão.
Podem prender meu corpo, mas minha mente continuará livre”, disse Alberisson antes de ser preso.
Tanto o presidente Alberisson, quanto Nadelson Leite foram conduzidos ao Quartel do Derby, acompanhados do advogado da ACS-PE.
Policiais militares pretendem fazer uma caminhada até a sede do Governo de Pernambuco, no Palácio Campo das Princesas, nesta tarde, como forma de protesto.
Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Alberisson Carlos, presidente da ACS (Foto: André Nery/JC Imagem) - Alberisson Carlos, presidente da ACS (Foto: André Nery/JC Imagem) PROIBIÇÃO Na última quarta-feira (7), dois dias antes da reunião convocada para esta sexta-feira o Tribunal de Justiça de Pernambuco decidiu proibir que as associações militares realizem assembleia para deliberar sobre uma eventual greve.
Sem alarde, a decisão liminar foi expedida atendendo a pedido apresentado pela Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE).
A decisão foi dada pelo desembargador José Fernandes Lemos.
A decisão foi endereçada à Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados Policiais e Bombeiros Militares (ACS), à Associação de Praças dos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra-PE), à Associação de Bombeiros Militares de Pernambuco (ABM-PE) e à Associação dos Militares Estaduais (AME).
Foto: André Nery / JC Imagem “A Constituição Federal veda a sindicalização e a greve por parte dos militares”, argumentou o magistrado, considerando haver evidências do intuito de deflagração de greve por parte das associações.
Na decisão, o desembargador salienta que a paralisação dos serviços por parte de policiais militares, a incitação a isso ou a realização de reuniões com essa finalidade configuram diversos crimes militares.
O magistrado determinou que as quatro associações que representam os policiais militares “se abstenham de realizar reunião, assembleia ou qualquer evento que tenha por objetivo reunir ou patrocinar a deflagração de greve de militares estaduais ou qualquer outro movimento que comprometa a prestação do serviço de segurança pública”.
De acordo com o despacho, o não cumprimento da decisão implicará incidência de multa de R$ 100 mil, além de outras sanções decorrentes de desobediência a ordem judicial.
REIVINDICAÇÕES Foto: André Nery / JC Imagem Os policiais militares e bombeiros do estado estão trabalhando em esquema de ‘operação padrão’ desde a última terça-feira (6), no intuito de pressionar o governo Paulo Câmara (PSB) nas negociações das pauta de reivindicações.
Na pauta de reivindicações da categoria, está o reajuste salarial, o Plano de Cargos e Carreiras e mudanças no pagamento e contratação de agentes.
Outra mudança pautada é na forma do pagamento do salário.
A categoria pede que isso aconteça em forma de subsídio, e não mais de soldo, incorporando as gratificações.
Eles afirmam que, desta forma, fica garantido o recebimento de tais gratificações, que hoje podem ser cortadas sem maiores justificativas pelo estado.
FORÇAS ARMADAS Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil O governador Paulo Câmara se antecipou a uma possível greve da Polícia Militar do Estado e enviou um ofício, conseguido com exclusividade pelo Blog de Jamildo, ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), solicitando apoio das Forças Armadas, caso a greve seja deflagrada pela categoria.
Apesar da determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), na noite de quarta-feira, de proibir as associações militares do estado de realizarem assembleias para deliberarem sobre greve, o encontro marcado pela Associação dos Cabos e Soldados (ACS) para as 14h desta sexta-feira (9), na Praça do Derby, está mantido.
Quem garantiu foi o presidente da ACS, Alberisson Carlos.
Em Pernambuco, para vistoriar obras da transposição do Rio São Francisco, o presidente Michel Temer (PMDB) falou sobre a possível paralisação dos policiais no Estado. “Acho grave essa greve por se tratar de um serviço essencial, o governador me disse que está dialogando com setores e logo esta crise da Polícia Militar fica superada”, disse. “Se pudesse recomendar, recomendaria para que setores essenciais não façam greve”, completou o peemedebista.