Em Pernambuco, na manhã desta sexta-feira (9), o presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse que não houve recuo na nomeação do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para comandar a Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima, pois, segundo ele, o convite ainda não tinha sido realizado. “Não houve convite, houve conversações e o PSDB já tem grandes ministérios.
Seria a ampliação e quando me falaram de Imbassahy vi que era exatamente o que preciso, mas houve equívoco, pois antes que eu fechasse a questão a imprensa noticiou”, disse o peemedebista.
Nessa quinta-feira(8), houve forte reação do Centrão, que ameaçou bloquear a reforma da Previdência no Congresso, caso o tucano fosse nomeado.
O bloco, formado por 13 partidos da base aliada - entre os quais PTB, PSD e PP -, se rebelou por considerar que o Palácio do Planalto articulou uma manobra para ajudar a reconduzir Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Casa. » Michel Temer estreia agenda pelo Nordeste do País Em entrevista à Rádio Jornal, nesta manhã, Temer disse que não é o momento para desagradar a base aliada. “Houve reação, mas não ao nome dele [Imbassahy], mas é que estamos em processo de eleições na Câmara e partidos pensaram que a nomeação poderia favorecer um ou outro candidato.
Por isso vamos costurar o apoio da base e não posso, nesse momento que o Congresso está apoiando o governo na votação de medidas econômicas, desagradar uma ponta da base.
Ainda assim ele tem minha maior consideração”, explicou Temer.
OUÇA A ENTREVISTA DE TEMER À RÁDIO JORNAL: Nos bastidores a informação é de que o presidente ficou contrariado com rumores de que a Secretaria de Governo, sob a gestão do PSDB, terá agora maior peso, assumindo funções antes conduzidas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como a negociação da dívida dos Estados e a relação com governadores.
Em conversas reservadas, o presidente atribuiu os “vazamentos” ao PSDB e negou que a pasta será “turbinada” para abrigar o partido aliado.
Diante dos ânimos exaltados, até mesmo o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, telefonou para deputados do Centrão e disse que o presidente ainda não havia decidido quem seria o sucessor de Geddel.
No fim do dia, o Planalto se viu às voltas com uma nova crise política, escancarada com a revolta de deputados do Centrão, que foram procurar Temer.
Com cerca de 200 parlamentares na Câmara, o Centrão alega ter ficado isolado na disputa pela presidência da Casa porque a entrega da Secretaria de Governo a Imbassahy fortalece a candidatura de Maia, já que ele terá o apoio do PSDB.
A pasta é justamente responsável pela articulação política com o Congresso.
Desgastado com o episódio, Temer conversou ontem com Maia, no Planalto.
NORDESTE Foto: Presidência da República Em Surubim, no Agreste de Pernambuco, Michel Temer disse que o a região Nordeste é prioridade para o governo federal.
O peemedebista cumpre agenda, na manhã desta sexta-feira (9), na Barragem de Jucazinho, cuja realização de obras foi recomendada pelo Ministério Público Federal há pouco mais de dois meses.
Acompanhado pelo governador Paulo Câmara (PSB), Temer ressaltou a importância da conclusão de obras ligadas à transposição do Rio São Francisco. “Tenho tido inúmeras reuniões para alcançar objetivos centrais do governo que é precisamente completar as obras da transposição.
Se conseguirmos entregar as obras nos próximos dois anos, já valerá um governo”, ressaltou.