Por maioria de votos, o STF manteve Renan Calheiros no cargo, ajudando o governo Temer, por tabela.

Até a presidente do STF Carmém Lúcia votou pela manutenção dele no cargo, desde que não tenha direito à linha sucessória, assumindo no eventual impedimento do presidente da República.

Não deixou de ser engraçado.

Depois de ajudar Dilma com um fatiamento da pena, no julgamento no Senado, com a ajuda do ministro Ricardo Lewandowski, Renan Calheiros foi favorecido também por um fatiamento, com a aceitação do entendimento de que ele poderia ficar no cargo, desde que não assuma a presidência.

A anedota fica por conta da decisão sair apenas a oito dias do fim do mandato na presidência do Senado.

O julgamento da liminar contra Renan Calheiros teve início com o voto do relator, Marco Aurélio.

Ele defendeu o afastamento do presidente do Senado, depois de ter virado réu.

Decano do STF, Celso de Mello votou pela permanência de Renan Calheiros no cargo, mas sem que possa assumir eventualmente a Presidência da República.

Ele abriu uma divergência em relação ao voto do relator.

Depois, o ministro Fachin confirmou a liminar que afasta o senador Renan Calheiros do cargo.

Para o ministro Fachin, não é possível alguém presidir o Senado sem a prerrogativa de substituir eventualmente o presidente da República.

Depois, votou o ministro Teori Zavascki, para quem o recebimento da denúncia pelo STF importa em impedimento para o exercício do cargo de presidente da República, não do Senado.

Dias Toffoli pediu para antecipar o voto e acompanhou divergência aberta pelo ministro Celso de Melo, mais cedo.

Rosa Weber proferiu o terceiro voto pela confirmação da liminar que afasta Renan Calheiros do cargo.

Julgamento ficou então empatado, em 3 a 3.

Fux desempatou em favor de Renan.

Fux afirmou que Brasil vive “anomalia institucional” e acompanha voto do decano que mantém Renan na Presidência do Senado.

O ministro Ricardo Lewandowski também acompanhou o decano e proferiu 5º voto pela possibilidade de Renan permanecer na presidência do Senado, sem assumir Planalto.

Com o voto vencido, e desmoralizado por Renan Calheiros, o ministro Marco Aurélio recebeu loas da ministra Cármen Lúcia, quando iniciou seu voto.

Foi o último neste julgamento.