Visivelmente irritado, o presidente do Senado, Renan Calheiros, criticou ainda há pouco a decisão do ministro do STF, Marco Aurélio, de afastá-lo do cargo, sob a alegação de que virou réu e não poderia estar na linha de sucessão.

Pouco antes, a Mesa do Senado decidiu não aceitar afastamento imediato do presidente da Casa, Renan Calheiros.

Trata-se de uma inédita reação pública contra o Judiciário, depois da liminar concedida nesta segunda-feira.

O STF ainda deve julgar em definitivo o caso Renan nesta quarta-feira, no Pleno, que reúne todos os ministros e não apenas Marco Aurélio, que deu a liminar à Rede, pelo afastamento.

LEIA TAMBÉM » Mesa do Senado peita STF e decide não aceitar afastamento imediato de Renan » Senado entra com recurso no STF contra afastamento de Renan » Renan Calheiros é afastado da presidência do Senado Na fala, Renan Calheiros atribuiu a decisão do ministro a questões corporativas, como o projeto de corte de supersalários e abuso de autoridade, apresentado por Renan Calheiros no Senado.

Ele também reclamou que foi afastado por apenas uma decisão liminar, em uma clara comparação com a situação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que foi afastado pelo colegiado do STF.

Na mesma crítica, Renan Calheiros reclamou que a decisão do ministro Marco Aurélio Mello de afastá-lo ocorre a apenas nove dias do fim do ano legislativo. “A decisão da Mesa da Casa assegura a independência entre os poderes”, afirmou.