Nas redes sociais, o deputado Joel da Harpa, soldado da PM que elegeu-se após promover uma greve no começo do governo Paulo Câmara e hoje está ligado ao grupo do petebista Armando Monteiro Neto, disse estar indignado com a atitude do Governo do Estado, através dos comandos da PM e CBMPE, em acabar com a mesa permanente de negociação.

Na sua avaliação, o objetivo seria tentar impedir a tropa de participar do evento. “Eu irei assumir qualquer tipo responsabilidade porque é um absurdo a atitude que o Governo está tendo em relação a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros”, diz o deputado estadual, antes da assembléia geral da tropa, na tarde de hoje, na Praça do Derby. “Qualquer manifestação pacifica e sem armas é constitucional e é direito de qualquer cidadão brasileiro.

O militar de Pernambuco é um cidadão de paga seus impostos e tem todos os seus direitos de fazer sua manifestação.

E a mesa de deve ser composta, sim, pelas entidades representativas que representam as categorias”, afirmou.

Vice-líder da Oposição, Joel da Harpa (PTN) insistiu que a causa era da falta de habilidade do Governo. “Com a chegada do novo secretário de Defesa Social, havia a esperança da retomada das negociações de itens que estão pendentes desde a greve de 2014.

Já mostramos que é possível discutir de maneira democrática e que o principal beneficiado é a sociedade”, afirmou Joel da Harpa.

Joel da Harpa não foi o único a tentar fazer uso político do movimento.

O deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), fez um apelo, no plenário da Casa, para que o governador Paulo Câmara atenda as reivindicações dos policiais e bombeiros militares do Estado.

Ficou claro que o parlamentar torcia pela possibilidade de decretação de paralisação. “Em virtude da grande insatisfação que toma conta hoje da corporação”, argumentou.

A bancada oposicionista informou ter sido procurada pela Associação de Cabos e Soldados (ACS) para que intercedesse junto à Base do Governo na Alepe na tentativa de a categoria ser recebida pelo governador. “Quero fazer um apelo para que o Governo do Estado e o governador Paulo Câmara recebam a Associação de Cabos e Soldados na tentativa de construir uma solução para a agenda que eles estão apresentando.

Eles reivindicam valorização salarial, reaparelhamento da segurança pública e a melhoria da estrutura do Hospital Militar.

São pedidos possíveis de serem atendidos”, disse Silvio Costa Filho. “Uma nova greve da Polícia é extremamente prejudicial para a população pernambucana, sobretudo num momento de crescimento generalizado da violência, com mais de 3.900 homicídios contabilizados até o último dia 22, mais de 1.200 assaltos a ônibus e crescimento vertiginoso dos ataques a caixas eletrônicos, que em 2016 vem mantendo uma média de uma explosão por semana.

Os meses de outubro e novembro foram os mais violentos desde o início do Pacto pela Vida e é importante que o Governo do Estado apresente soluções tanto para valorizar a categoria como para diminuir o crescimento da violência em Pernambuco”, argumentou ainda Sílvio Costa Filho.