A Arena Pernambuco está entre as obras da Copa do Mundo de 2014 que tornaram-se alvo de investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) após acordo de leniência fechado com a Andrade Gutierrez Engenharia S/A e com executivos e ex-executivos da empresa.
Desdobramento da Operação Lava Jato, o acordo foi firmado em outubro, após quase um ano de negociação, e revelado nesta segunda-feira (5).
Segundo o Cade, há indícios de que pelo menos cinco licitações de estádios da Copa foram objeto do cartel.
Além da Arena Pernambuco, foi citado o Maracanã, no Rio de Janeiro.
Nomes de mais duas arenas estão sendo mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações do Ministério Público.
LEIA TAMBÉM » Paulo Câmara é investigado no STF por irregularidades na Arena, diz IstoÉ » Paulo Câmara e Geraldo Julio negam fraude em licitação da Arena; FBC desconhece inquérito Teriam participado do cartel, além da Andrade Gutierrez, as empresas OAS, Queiroz Galvão, Odebrecht, Camargo Corrêa e Carioca Christiani Nielsen.
São apontados pelo menos 25 funcionários e ex-funcionários dessas construtoras.
Os contatos entre as empreiteiras teriam começado já em outubro de 2007, quando foi definido que a Copa do Mundo seria no Brasil, e aconteceram por quatro anos, quando os estádios foram decididos.
De acordo com a Andrade Gutierrez, a primeira tentativa de fechar ajustes anticompetitivos foi para o Mineirão, em Belo Horizonte.
Esse cartel não chegou a ser implementado devido a uma mudança na modalidade da licitação para Parceria Público-Privada (PPP), fazendo com que as empresas perdessem o interesse. » Oposição a Paulo Câmara na Alepe diz que investigação interfere no futuro da Arena » Tadeu Alencar nega favorecimento da Odebrecht na construção da Arena O Cade frisou ainda que a expectativa era que em São Paulo o escolhido fosse o Morumbi e uma das empresas do cartel chegou a demonstrar interesse na obra, mas o acordo não chegou a virar realidade por causa da opção final pela Arena do Corinthians.
A Andrade Gutierrez afirmou que houve irregularidades, mas sem a sua participação, também nas licitações da Arena Castelão, em Fortaleza; da Arena das Dunas, em Natal; e da Arena Fonte Nova, em Salvador.
Esse foi o terceiro firmado com a construtora. » Leia a versão pública do acordo com a Andrade Gutierrez: Cartel na Arena Pernambuco é investigado pelo Cade from Portal NE10