Durante protesto em apoio à Operação Lava Jato, neste domingo (4), o coordenador do movimento Vem Pra Rua no Recife, o médico veterinário Marconi Ferraz disse que um dos principais objetivos do ato é “mostrar ao País quais são os deputados que são contra as investigações”.
Marconi criticou as mudanças realizadas no pacote de medidas anticorrupção, aprovadas pela Câmara dos Deputados na última semana. “Nós permitimos algumas mudanças sim, mas houve alterações que visam proteger os políticos corruptos.
Pegaram carona nas 10 medidas para se proteger, fizeram uma prévia assunção de culpa”, ressaltou. » Renan Calheiros se torna principal alvo de protesto no Recife Os manifestantes desfilaram pela Avenida Boa Viagem com placas com os nomes dos deputados pernambucanos que votaram a favor do que eles consideram o “fatiamento e desvirtuação” do pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal.
Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Foto: Cássio Oliveira / Blog de Jamildo - Foto: Cássio Oliveira / Blog de Jamildo Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Foto: André Nery / JC Imagem - Foto: André Nery / JC Imagem Nomes que participaram de atos do próprio Vem Pra Rua em defesa do impeachment de Dilma Rousseff (PT), agora entraram na mira dos manifestantes, como os deputados Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Augusto Coutinho (SD).
A primeira emenda ao pacote anticorrupção aprovada na madrugada de quarta-feira (30) foi também a mais polêmica de todas as alterações: a que cria a possibilidade de punir juízes e integrantes do Ministério Público Federal por abuso de autoridade.
Essa foi uma das que mais provocaram o repúdio dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, que chegaram a ameaçar renunciar à ação caso seja sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB).
Vinte e dois dos 25 deputados federais pernambucanos votaram.
A maioria deles votou ‘sim’, a favor da proposta do abuso de autoridade. » Saiba como votaram os pernambucanos sobre abuso de autoridade Foto: Cássio Oliveira / Blog de Jamildo “Nosso combate é explícito contra a corrupção.
Não importa se é do PT, PMDB, ou DEM nosso objetivo é combater a corrupção onde ela estiver”, explicou Marconi Ferraz.
Além das placas, muitos carregaram faixas e cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro e à Operação Lava Jato.
Houve também mensagens pedindo a renúncia de Renan Calheiros.
Os manifestantes que participam do ato fizeram, há pouco, um minuto de silêncio em respeito às vítimas do acidente envolvendo a equipe da Chapecoense, profissionais da imprensa, tripulação e convidados.
Em Boa Viagem, Vem Pra Rua faz um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do acidente com avião da Chapecoense durante protesto pic.twitter.com/IBKn5ATtmG — Blog de Jamildo (@blogdejamildo) 4 de dezembro de 2016 PACOTE Foto: André Nery / JC Imagem Na madrugada da última quarta, o texto-base do projeto de lei recebeu diversas alterações em sessão extraordinária.
Dos dez tópicos originais, apenas quatro foram mantidos –outros três pontos foram adicionados pelos deputados.
O texto segue agora para votação no Senado.
Foram mantidas a criminalização do caixa 2 de campanha eleitoral, o aumento de punição para crime de corrupção (com crime hediondo a partir de 10 mil salários mínimos), a transparência para tribunais na divulgação de dados processuais e a limitação de recursos para protelação de processos.
Outros pontos aprovados, mas que não constavam no projeto original, foram: a criminalização da venda de votos por parte de eleitores, a instituição do crime de responsabilidade para juízes e promotores por abuso de autoridade, e a melhoria da regra que trata das ações populares.
Do projeto original, ficaram de fora: a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos, a recuperação do lucro derivado do crime, a prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado, a reforma do sistema de prescrição penal, os ajustes nas nulidades penais (defeitos no curso do processo que podem acarretar invalidação de determinada fase ou, às vezes, de todo ele) e a medida para impor maior celeridade nas ações cíveis de improbidade administrativa.