Estadão Conteúdo - Uma das propostas mais polêmicas incluída no pacote anticorrupção, a que cria a possibilidade de punir juízes e integrantes do Ministério Público Federal por abuso de autoridade, foi aprovada por um placar de 313 votos a 132.
Apesar de deputados de praticamente todos os partidos da Câmara terem apoiado a medida, PT, PMDB e PP foram as bancadas que mais deram votos para a proposta.
No PT, apenas um dos 55 deputados votou contra a medida - o ex-presidente do Corinthians Andres Sanchez (SP), investigado na Lava Jato.
No PMDB, 46 dos 56 deputados votaram a favor da medida e no PP, o placar foi de 34 dos 42.
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A força-tarefa que comanda as investigações viu a aprovação da proposta como uma retaliação ao trabalho do grupo e, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30) ameaçou renunciar aos trabalhos dessa investigação caso a proposta avance no Legislativo e seja sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB). » Veja como votou cada deputado pernambucano sobre enriquecimento ilícito No PDT, cujo líder Weverton Rocha (MA) foi o autor da proposta, o apoio também foi em peso.
Dos 15 deputados, apenas um votou contra.
No PSDB, por sua vez, a maioria dos deputados votou contra a medida.
Foram 32 votos contra e 10 a favor.
Também votaram em peso contra a proposta os parlamentares de legenda com baixa representatividade na Câmara como PSOL, Rede, PROS e PMB. » Câmara desfigura pacote anticorrupção do Ministério Público » “Deputados votaram contra o relator”, diz Betinho Gomes sobre pacote anticorrupção Pela proposta, juízes, procuradores e promotores poderão ser processados e condenados a cumprir pena de seis meses a dois anos de reclusão caso fique comprovado que eles cometeram abuso de autoridade.