A audiência pública convocada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para debater os impactos ambientais da construção da Arena Porto, na praia de Porto de Galinhas, foi realizada nesta quarta-feira (30), com o deputados das comissões de Meio Ambiente, de Desenvolvimento Econômico e de Cidadania da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Desta vez, ao contrário da reunião realizada pelo Legislativo, a Luan Promoções, responsável pelo empreendimento, enviou um representante e prometeu não mexer no terreno até que seja emitida a licença.

LEIA TAMBÉM » Prefeitura diz que retirada de vegetação para Arena Porto foi maior do que o permitido » Com embargo à construção de arena, FestVerão Porto é cancelado A obra segue embargada há quase um mês pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que também multou a empresa em R$ 600 mil.

O órgão apontou que a construção da casa de shows com estacionamento para 3 mil veículos não tinha o devido licenciamento ambiental.

O Ministério Público instaurou ação civil pública para analisar o caso.

Diante do imbróglio, a Luan Promoções decidiu cancelar o primeiro evento programado para o local, o FestVerão Porto, que seria em janeiro com show de Wesley Safadão, outro sócio da Arena Porto.

Na audiência pública desta quarta-feira, um dos sócios da produtora, Luiz Augusto Nóbrega afirmou ter obtido legalmente todas as autorizações com o município de Ipojuca e, segundo a Alepe, disse: “Nunca quisemos fazer nada de errado e não vamos mais mexer no terreno até que tudo seja esclarecido.” » Prefeitura de Ipojuca suspende licença ambiental que tinha concedido para Arena Porto » Ipojuca: Secretaria de Controle Urbano e Meio Ambiente faz defesa do projeto da Arena Porto Com imagem negativa da gestão municipal após a polêmica sobre a obra, o prefeito Carlos Santana (PSDB) alegou ter sido “surpreendido” com o anúncio da realização de shows na arena.

O tucano admitiu, porém, que a prefeitura concedeu licença. “Agimos conforme a legislação ambiental e com o Plano Diretor do município, mas, se alguém cometeu ilícitos, terá de responder”, disse. » Ministério Público recomenda suspensão das obras de casa de shows em Porto de Galinhas » CPRH embarga obra de casa de shows em Porto de Galinhas e aplica multa de R$ 600 mil A prefeitura havia afirmado que, antes de ser comprada pela Luan Promoções, a área era uma fazenda de coqueiros e de gado, sem cobertura para ser preservada.

A informação foi contestada pela CPRH, baseada em imagens de satélite e vistorias no local.

Segundo a agência, havia vegetação costeira no terreno e a competência para emitir ou não a licença seria do órgão estadual. » Ministério Público abre investigação sobre construção de casa de shows em Porto de Galinhas » CPRH intima empresa e determina paralisação cautelar de obra em Porto de Galinhas “O setor público está atento”, advertiu o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, Zé Maurício (PP).