Por Sílvio Costa, deputado federal pelo PTdoB-PE e vice-líder da oposição na Câmara Logo após o injusto processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT) foram veiculadas diversas gravações de líderes relevantes do PMDB e da política brasileira ressaltando que era fundamental derrubar a presidente para estancar a Operação Lava Jato.
Agora, a maioria daqueles que votaram a favor do impeachment quer fazer a anistia do caixa dois. É evidente que até esse domingo (27) eles tinham absoluta certeza que Michel Temer iria sancionar essa anistia - pelo menos era o que se ouvia no plenário, na semana passada.
LEIA TAMBÉM » Com Renan e Maia, Temer anuncia acordo e diz que “seria impossível” sancionar anistia ao caixa 2 » “Não tem anistia para crime que não existe”, diz Rodrigo Maia sobre caixa 2 Fiz questão de assistir à entrevista coletiva de Michel Temer.
Percebi, claramente, um homem acuado, que tem consciência do erro irreparável que cometeu ao tentar resolver um assunto do interesse particular de um ministro, o agora ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O presidente Temer sabe, como constitucionalista que é, ou era, que infringiu a Constituição.
O menos preparado advogado do Brasil sabe que Michel Temer cometeu crime de responsabilidade.
Por isso, em função desse erro fatal, Michel Temer recuou e agora nega a articulação pró-anistia, feita em conjunto com a maioria dos seus líderes, e diz que vai vetar qualquer tentativa de anistiar o caixa dois. » Calero diz ter gravado “conversa protocolar” por telefone com Temer » Caso Geddel: Temer diz que suposta gravação de Calero é de “indignidade absoluta” Temer tenta reparar a sua imagem impopular que se agravou com esse episódio.
O presidente da República fez uma articulação imobiliária com os seus ministros para tentar atropelar a decisão correta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O mais impressionante é Temer ter recomendado ao ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que procurasse a Advocacia Geral da União, porque ela teria uma saída para um assunto de interesse privado.
Temer parece que esqueceu a função da AGU.
O empreendimento não pertence à União, não existe interesse da União.
Não tenho dúvida de que trata-se de um caso de impeachment, segundo a Constituição do Brasil.