Senadores do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiram subir à tribuna do Senado Federal, nesta segunda-feira (28), para pedir a renúncia do presidente da República, Michel Temer (PMDB), e a convocação de novas eleições no Brasil.
Para o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), a realização de novas eleições faria com que a população brasileira tivesse “a chance de escolher um presidente legítimo por meio do voto nas urnas”. “Que esse presidente renuncie agora e abra espaço para o Brasil escolher um presidente legítimo", disse.
LEIA MAIS: » Sílvio Costa: Temer cometeu crime de responsabilidade » Maia diz que ‘não há motivo para aceitar pedido impeachment de Temer’ Ainda assim, Humberto não acredita em renúncia por parte do peemedebista. “Seria um ato de grandeza moral e política para que o povo escolhesse soberanamente seu mandatário.
Certamente, isso não vai acontecer porque falta a ele essa grandeza”, afirmou.
Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) defendeu que a polêmica envolvendo o apartamento do ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, mostra que “o presidente não reúne as condições para governar o País”. “Michel Temer não tem condições de governar.
Talvez, para se recolocar no cenário ou tirar o apequenamento que fez da Presidência da República, poderia ter a grandeza de renunciar e convocar eleições diretas neste País.
Só o povo, o voto popular tem condições de arrumar a situação na qual nos encontramos”, ressaltou a petista.
Diante dessa crise política, Gleisi ainda sugeriu que o Senado não vote, na terça-feira, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição que limita, por 20 anos, os gastos públicos (PEC 55/2016).
Para a senadora, além de retirar direitos dos trabalhadores, a PEC não enfrenta a elevada taxa de juros, que provoca o desajuste das contas ao destinar boa parte do Orçamento da União para o pagamento da dívida pública. “Nós vamos jogar para a absoluta pobreza não só 10% das pessoas que mais sofreram com a crise, mas os 44% que dependem do salário mínimo e que não vão ter o reajuste real do salário mínimo nem tampouco vão ter os programas sociais para poder fazer a compensação”, argumentou.
IMPEACHMENT Foto: Beto Barata/Presidência da República Ainda nesta segunda, o PSOL protocolou um pedido de impeachment contra Michel Temer com base nas denúncias feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
Para o líder do partido na Câmara, Ivan Valente (SP), Temer cometeu “crime de responsabilidade” ao se envolver numa questão particular do ex-ministro Geddel Vieira Lima. » Calero diz ter gravado “conversa protocolar” por telefone com Temer O deputado também afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deveria analisar com cuidado o caso antes de decidir se vai aceitar ou não a denúncia. “Espero que a Câmara abra o processo de impeachment.
O presidente da Câmara tem que levar esse caso a sério.
A possibilidade de a insatisfação popular crescer é grande”, afirmou.
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse em depoimento à Polícia Federal que o presidente da República, Michel Temer, o “enquadrou” no intuito de encontrar uma “saída” para obra de interesse do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) em Salvador (BA).