Uma das obras mais importantes para que a água da transposição do Rio São Francisco chegue ao Agreste pernambucano, área atingida pela seca há cinco anos, a Adutora do Agreste foi iniciada há três anos e ainda não tem nem a metade da construção concluída.

Para acelerar o ritmo, o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, quer negociar com o governo federal o repasse de pelo menos R$ 30 milhões mensais para a obra em 2017.

LEIA TAMBÉM » Ministério repassa R$ 25 milhões para Adutora do Agreste » Bancada pernambucana defende Adutora do Agreste Este ano, ao todo, foram R$ 100 milhões.

Tavares ainda terá uma reunião com o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, para tentar conseguir um último repasse em dezembro. “Para entrar 2017 com outro ritmo”, disse em entrevista à Rádio Jornal.

Segundo o presidente, se o repasse de pelo menos R$ 30 milhões por mês for realizado no próximo ano, a Compesa “consegue terminar 2017 entregando água em varias cidades”.

Tavares explicou no programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, que a realidade de Pernambuco não é a mesma que a de outros estados beneficiados pela Tranposição do Rio São Francisco, como Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a água já chega na calha dos rios para ir direto para barragens já existentes. “Por aqui a água só passa”, afirmou. » Ministro da Integração prevê edital da transposição para 6 de dezembro » Transposição: substituta da Mendes Júnior será contratada em licitação mais rápida Para que a água do eixo leste da transposição chegue à adutora, porém, é necessário concluir o Ramal do Agreste, também atrasado e atualmente em fase de licitação pelo governo federal, após impasses com a gestão estadual.

Orçada em R$ 1,2 bilhão, a obra do ramal já foi de responsabilidade do Ministério da Integração, passou para o governo estadual e depois voltou para a gestão federal.

Mesmo sem previsão para o ramal, no início do ano, o governador Paulo Câmara (PSB) e o então ministro da pasta, Gilberto Occhi, haviam assinado um plano para tentar acelerar a obra da Adutora do Agreste.

Faltavam R$ 770 milhões em janeiro e o socialista havia pedido que fossem alocados R$ 420 milhões em 2016 e R$ 350 milhões para 2017.

Transposição A seis meses da previsão para entregar a obra no Rio São Francisco, a Mendes Júnior deixou a obra alegando falta de condições técnicas e financeiras.

A empreiteira tem dificuldade de obter crédito devido às acusações de corrupção na Operação Lava Jato. » Governo solicita licença de operação para a transposição do São Francisco » Em tom de despedida, Dilma diz em Pernambuco que ficará triste se não vir fim da Transposição O trecho em que a Mendes Júnior trabalhava e está paralisado vai da captação da água do Rio São Francisco, em Cabrobó, no Sertão pernambucano, até o reservatório de Jati, no Ceará.

A estimativa da Integração Nacional é que 91,25% desse trecho estejam finalizados.

A previsão é que ele seja entregue até o primeiro trimestre de 2017, mas a água só deve chegar a todos os estados no segundo semestre do próximo ano.

No eixo leste, 90,27% das estruturas estão prontas e a pasta deve entregar a obra até o fim deste ano.

A previsão é que água chegue a Monteiro, na Paraíba, em fevereiro e a Campina Grande, no mesmo estado, em abril de 2017, depois de passar por Pernambuco.