O jornal Folha de S.

Paulo revelou nesta segunda-feira (28), com base em documentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a campanha de Dilma Rousseff (PT) pagou o salário de assessores pessoais de seu vice na chapa, o atual presidente Michel Temer (PMDB).

Os dados vão de encontro a um dos argumentos do peemedebista contra a cassação dos dois em processo no tribunal, de que as contas eram independentes e ele não poderia ser responsabilizado por possíveis irregularidades.

Segundo a reportagem, quatro auxiliares de Temer –a chefe de gabinete, dois assessores de imprensa e o assessor jurídico– receberam, juntos, da campanha de Dilma, R$ 543 mil de julho a outubro de 2014.

LEIA TAMBÉM » Cassação da chapa Dilma-Temer ganha força no TSE » TSE deve julgar chapa Dilma-Temer em 2017 A atual chefe de gabinete, Nara de Deus Vieira, recebeu R$ 164,2 mil no período da campanha, pagos pela campanha de Dilma.

Ela, que trabalha com Temer há quase 20 anos, figura como responsável pela movimentação e abertura da conta em nome do peemedebista para a disputa.

Márcio de Freitas Gomes, atual secretário de comunicação, e Bernardo Gustavo, assessor de imprensa, receberam R$ 109 mil da petista.

O hoje desembargador Hercules Fajoses, assessor jurídico de Temer na campanha, recebeu R$ 160 mil.

Até 2015, quando foi nomeado por Dilma para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, atuou nas ações da impugnação da chapa. » ‘Campanha é feita em conjunto’, diz Gilmar Mendes sobre caso Dilma-Temer » Empresa que recebeu R$ 4,8 milhões da chapa Dilma-Temer para enviar WhatsApp tinha um computador A defesa de Temer afirmou à Folha que “a estratégia da defesa [de Michel Temer] sempre foi baseada na separação da arrecadação, não na separação dos gastos”.

A ação foi movida pela Coligação Muda Brasil, do senador Aécio Neves (PSDB), e pelo partido do parlamentar.

O processo pode levar à cassação da chapa que derrotou o tucano no pleito.

Em dezembro de 2014, as contas da campanha foram aprovadas com ressalvas por unanimidade no TSE.