Estadão Conteúdo - A oposição reagiu neste domingo (27) às declarações do presidente Michel Temer (PMDB) de que não haverá apoio por parte do governo a qualquer iniciativa para aprovar eventual anistia a caixa 2 de campanhas eleitorais na votação do pacote anticorrupção. “As duas recentes tentativas de aprovação de anistia ao caixa 2 são de responsabilidade exclusiva da base de apoio a Temer”, acusou o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).

Em nota, o petista afirma que, às vésperas de sair o acordo de delação premiada da empreiteira Odebrecht, a base governista intensificou o movimento para aprovar a medida e que, diante do desgaste, tentou compartilhar a aprovação da proposta com o PT.

LEIA TAMBÉM » Com Renan e Maia, Temer anuncia acordo e diz que “seria impossível” sancionar anistia ao caixa 2 » Ministro Luiz Fux diz que anistia ao caixa 2 pode ser analisada pelo STF » ‘Não tem anistia para crime que não existe’, diz Rodrigo Maia sobre caixa 2 “Sob cerco cruzado em decorrência do avanço das investigações sobre corrupção, em particular no Supremo Tribunal Federal, Michel Temer anuncia que pode vetar proposta de anistia ao caixa 2.

O que ele não diz é que nas duas tentativas de aprovar a matéria o PT se negou a assinar a emenda proposta por parlamentares da sua base.

E, por isso, parte da sua base não sustentou a defesa da anistia e sua maioria não conseguiu, sequer, levar a proposta à votação.

O fato é que a articulação para aprovação da anistia ao caixa 2 foi de parlamentares da base de Temer”, destaca a mensagem.

Florence declarou que a bancada não vai apresentar nenhuma proposta que signifique anistia ao caixa 2 e que não assinará nenhuma emenda do gênero.

Ele disse que é inverídico a informação de que parlamentares do PT que não assinaram nota contrária à votação da anistia a caixa 2 sejam favoráveis à proposta.

Geddel A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), chamou de “espetáculo lamentável” a entrevista coletiva de Temer, onde deu sua versão sobre o episódio envolvendo os ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Marcelo Calero (Cultura).

A deputada avisou que a partir de amanhã, 28, a oposição vai tomar “medidas concretas para enfrentar esse governo que se autoaniquila a cada dia”.

Os oposicionistas afirmam que o presidente da República cometeu crime de responsabilidade por ter atendido a “interesses privados” do ex-ministro. » Rodrigo Maia adia votação de pacote anticorrupção » Para relator, derrubar o pacote anticorrupção é irracionalidade e desrespeito » Projeto anticorrupção é aprovado em comissão e vai para plenário Geddel pediu demissão do cargo após Calero dizer à Polícia Federal que o presidente interveio em favor dos interesses privados do peemedebista.

Segundo Calero, Temer pediu para que ele resolvesse o impasse na liberação do empreendimento imobiliário em Salvador (BA), onde Geddel comprou um apartamento