Estadão Conteúdo - O ritmo de demissões de ministros no governo Michel Temer (PMDB) se assemelha ao da chamada “faxina” promovida no primeiro mandato da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), a partir de 2011.
Em um intervalo de 180 dias, entre junho e dezembro daquele ano, sete ministros de Dilma perderam os cargos, quase todos em meio a denúncias de envolvimento em irregularidades.
Com as exonerações, a então recém-empossada presidente ganhou fama de intolerante com a corrupção.
No caso de Temer, foram seis demissões em 186 dias, entre maio - mês da saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento - e novembro, quando caíram Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima.
LEIA TAMBÉM » Maia diz que ‘não há motivo para aceitar pedido impeachment de Temer’ » PSOL pedirá impeachment de Temer por crime de responsabilidade » Saída de Geddel foi articulada para salvar o governo As quedas em série, comuns aos dois governos, começaram mais tarde na gestão de Dilma.
Ela tinha pouco mais de cinco meses de mandato quando Antonio Palocci renunciou à chefia da Casa Civil, no momento em que o Congresso ameaçava abrir uma investigação sobre sua evolução patrimonial nos anos anteriores.
Já no caso de Temer a instabilidade do gabinete ficou evidente ainda em seu primeiro mês como presidente em exercício, em maio deste ano, após a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment contra Dilma.
O peemedebista Romero Jucá estava no cargo de ministro do Planejamento havia pouco mais de uma semana quando foram divulgadas gravações de conversas suas com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e investigado pela operação Lava Jato.
Nos diálogos, Jucá sugeriu a formação de um pacto para “estancar a sangria” provocada pela Lava Jato no meio político.
O segundo ministro de Temer a cair, Fabiano Silveira (Transparência), pediu demissão uma semana depois de Jucá.