Estadão Conteúdo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a morte de Fidel Castro marca o fim de um ciclo, no qual Cuba conseguiu ampliar a inclusão social, “mas não teve o mesmo sucesso para assegurar a tolerância política e as liberdades democráticas”.

Sobre a relação com os EUA, disse que, do “desprezo altaneiro aos Estados Unidos”, Cuba passou a sentir que com o presidente Barack Obama que poderia romper seu isolamento, o que não deve acontecer na gestão de Donald Trump. “As nuvens carregadas de Trump não serão presenciadas por Fidel”, destacou FHC.

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Temer diz que cubano foi “líder de convicções” » Lula diz que sente morte de Fidel como a “perda de um irmão mais velho” “A morte de Fidel faz recordar, especialmente à minha geração, o papel que ele e a revolução cubana tiveram na difusão do sentimento latino-americano e na importância para os países da região de se sentirem capazes de afirmar seus interesses”, destacou FHC, em nota à imprensa.

Segundo ele, a luta simbolizada por Fidel teve função “dinamizadora na vida política no Continente”.

Ressaltou ainda que o governo brasileiro se opôs às medidas de cerceamento econômico da Ilha.

Ele considera que, por isso, desde o governo Sarney até hoje as relações econômicas e políticas entre o Brasil e Cuba “fluíram com normalidade”. » Políticos pernambucanos comentam morte de Fidel Castro » Bolsonaro diz que Fidel Castro está “ardendo nas profundezas do inferno” “Estive várias vezes com Fidel, no Brasil, no Chile, em Portugal, na Argentina, em Costa Rica.

O Fidel que eu conheci, dos anos 90 em diante, era um homem pessoalmente gentil, convicto de suas ideias, curioso e bom interlocutor”, elogiou FHC.

O ex-presidente disse que, junto com seu pesar ao povo cubano pela morte de seu líder, faz votos para que a “transição pela qual a Ilha passa permita que a prosperidade aumente, mas que se preserve, num ambiente de liberdade, o sentimento de igualdade que ampliou acesso à educação e à saúde”.