Diante da crise no governo Michel Temer (PMDB), com a saída de dois ministros, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou uma nota em defesa do correligionário.

No texto, afirma que o momento é de “ultrapassar falsas polêmicas”.

Renan sugere ainda cancelar o recesso parlamentar de janeiro, se for necessário, para analisar e votar propostas do governo.

LEIA TAMBÉM » Em nota, Calero alfineta Planalto: “Cumpri minha obrigação como cidadão” » Renúncia de Geddel não interrompe processo na Comissão de Ética A turbulência na gestão de Temer começou há uma semana, com a saída do ex-titular da Cultura, Marcelo Calero.

Após a renúncia, ele acusou o gestor da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, de tentar interferir na liberação de um empreendimento do seu interesse em Salvador. » Saída de Geddel foi articulada para salvar o governo » Maia diz que ‘não há motivo para aceitar pedido impeachment de Temer’ Leia a íntegra da nota divulgada por Renan Calheiros: “Em face das crises recorrentes, o presidente do Senado Federal reitera a imperiosidade de uma agenda a fim de superar o agravamento da situação econômica que penaliza toda a sociedade brasileira.

A mesma manifestação já foi externada pelo Presidente Renan Calheiros no Senado Federal, em reuniões com o Presidente da República, inclusive no recente encontro ocorrido com os governadores estaduais.

Segundo o presidente, o ajuste que está sendo implementado é uma obrigação para fazer frente ao momento econômico, mas precisa ser complementado com medidas de retomada da atividade econômica, geração de empregos, recuperação dos investimentos e, o principal, a redução dos juros.

Não é somente o limite de gastos e a reforma da previdência.

As alegações do ex-ministro da Cultura não afetam o Presidente Michel Temer, que reúne todas as condições para levar adiante o processo de transição.

As mexidas ministeriais tampouco afetarão o calendário de votações do Senado, que inclui a PEC do limite de gastos e o projeto de abuso de autoridades.

O Senado Federal tem uma agenda posta até o final do ano com várias propostas no intuito de recuperar a credibilidade do País e atrair novos investimentos.

Já foi aprovada a nova rodada de repatriação de ativos e na lista de votações estão a proibição de se alterar contratos por Medidas Provisórias, a modernização do Código Tributário, a Lei de Licitações e a terceirização da mão de obra, além da regulamentação dos jogos.

Estão na pauta também o novo marco das Telecomunicações, a desvinculação dos vencimentos dos tribunais superiores, o combate à burocracia, o fim da reeleição, dos supersalários, a securitização e o alongamento das dívidas estaduais.

Com o mesmo intuito, propor e prospectar projetos para retomar o crescimento, o Senado tem a Comissão de Desenvolvimento Nacional.

Se necessário, o recesso parlamentar de fim de ano será cancelado para viabilizar essa agenda de desenvolvimento no País que integre os três poderes da República.

A Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Rodrigo Maia, consciente da gravidade do momento, tem diante de si essa mesma oportunidade e pode adotar votações expressas.

O Presidente Renan Calheiros entende que o momento é de ultrapassar falsas polêmicas e assegurar a união em torno de uma agenda, sob o risco de esgarçamento da crise econômica com imprevisíveis desdobramentos sociais.

O Senado Federal tem feito sua parte e permanece à disposição para colaborar, como foi feito em passado recente.

A exemplo das crises anteriores, como o impedimento da Presidente da República, o Senado continuará se pautando pelo equilíbrio, responsabilidade e atento à soberania e independência entre os poderes.

O Presidente lembra que acima de todos, das questões políticas, está o futuro da Nação.

Assessoria de Imprensa Presidência do Senado Federal”