Se baseando no depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal, a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados pedirá, na próxima segunda-feira (28), o impeachment do presidente da República, Michel Temer (PMDB), por crime de responsabilidade – Lei 1.079/1950, artigo 9º.. “Agora sim estamos diante de um crime de responsabilidade sem margem para dúvidas”, afirma o líder Ivan Valente.

Calero apontou pressão do peemedebista para resolver a liberação de um empreendimento imobiliário em Salvador (BA) onde o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, comprou um apartamento.

Sob forte pressão, Geddel Vieira Lima decidiu entregar, na manhã desta sexta-feira (25), sua carta de demissão. » Cai o sexto ministro de Temer: Geddel pede demissão do governo O porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, confirmou que Temer conversou com Calero sobre o pedido de Geddel, mas negou pressão sobre o ex-ministro.

Segundo Parola, o presidente “sempre endossou caminhos técnicos para solução de licenças em obras ou ações de governo”.

Nessa quinta (24), o vice-líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), disse ver desvio de finalidade, uso do cargo de presidente da República para objetivos privados e crime de responsabilidade. “Isso é passível de impeachment”, declarou.

Pimenta disse que a bancada ainda avaliará as medidas jurídicas cabíveis, mas está seguro de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) serão acionados para investigar a denúncia. “Isso é corrupção ativa.

Já tínhamos classificado como prevaricação (de Temer) porque o Calero disse que tinha comunicado.

Se Temer atuou, ele é cúmplice”, afirmou Pimenta.

O deputado afirmou que a situação pode culminar no afastamento de Temer porque o suposto crime de advocacia administrativa ocorreu durante o exercício da Presidência da República.

Pimenta lembra que a oposição tentou aprovar requerimentos de convocação de Calero e Geddel na Câmara, mas os governistas impediram a aprovação dos pedidos. “Isso explica o pavor do governo de convocar o Geddel.

Temer sabia o que tinha feito”, disse.