Após a crise provocada pelo depoimento do ex-ministro Marcelo Calero à Polícia Federal, o presidente Michel Temer (PMDB) emitiu nota afirmando que conversou duas vezes ele, mas negando que o tenha pressionado sobre a liberação do empreendimento em Salvador beneficiando o ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima.
Através do porta-voz, Alexandre Parola, o peemedebista disse ainda ter estranhado as declarações de Calero e a informação de que ele teria gravado a conversa que deu origem à denúncia.
Leia a íntegra da nota: “1 – O presidente Michel Temer conversou duas vezes com o então titular da Cultura para solucionar impasse na sua equipe e evitar conflitos entre seus ministros de Estado; 2 – sempre endossou caminhos técnicos para solução de licenças em obras ou ações de governo.
Reiterou isso ao ex-ministro em seus encontros e refirmou essa postura ao atual ministro Roberto Freire, que recebeu instruções explícitas para manter os pareceres técnicos, que, reitere-se, foram mantidos; LEIA TAMBÉM » Após depoimento de Calero à PF, oposição fala em impeachment de Temer » Calero diz à PF que foi pressionado por Temer no caso Geddel 3 – o presidente buscou arbitrar conflitos entre os ministros e órgãos da Cultura sugerindo a avaliação jurídica da Advocacia Geral da União, que tem competência legal para solucionar eventuais dúvidas entre órgãos da administração pública, como estabelece o decreto 7392/2010, já que havia divergências entre o Iphan estadual e o Iphan federal.
Em seu artigo 14, inciso III, o decreto diz que cabe à AGU “identificar e propor soluções para as questões jurídicas relevantes existentes nos diversos órgãos da administração pública federal”. » ‘Caso claro de corrupção’, afirma Marcelo Calero » Fora do governo, Calero acusa Geddel de pressioná-lo para liberar obra 4 – O presidente trata todos seus ministros como iguais.
E jamais induziu algum deles a tomar decisão que ferisse normas internas ou suas convicções.
Assim procedeu em relação ao ex-ministro da Cultura, que corretamente relatou estes fatos em entrevistas concedidas. É a mais pura verdade que o presidente Michel Temer tentou demover o ex-ministro de seu pedido de demissão e elogiou seu trabalho à frente da Pasta; 5 - O ex-ministro sempre teve comportamento irreparável enquanto esteve no cargo.
Portanto, estranha sua afirmação, agora, de que o presidente o teria enquadrado ou pedido solução que não fosse técnica.
Especialmente, surpreendem o presidente da República, boatos de que o ex-ministro teria solicitado uma segunda audiência, na quinta-feira (17), somente com o intuito de gravar clandestinamente conversa com o presidente da República para posterior divulgação.”