Durante entrevista à Rádio jornal, na manhã desta quarta-feira (23), o deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE), falou sobre o pedido de investigação feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele, o governador Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio e o senador Fernando Bezerra Coelho, todos do PSB, por possível envolvimento em um superfaturamento para a construção da Arena para a Copa do Mundo de 2014 pela Odebrecht.

LEIA MAIS: » Paulo Câmara é investigado no STF por irregularidades na Arena, diz IstoÉ » Paulo Câmara e Geraldo Julio negam fraude em licitação da Arena; FBC desconhece inquérito De acordo com parlamentar, a Polícia Federal (PF) e Janot devem centrar a denúncia em três pontos.

O primeiro seria a falta de licitação em relação aos estudos preliminares de construção da Arena.

Sendo assim, a empreiteira Odebrecht teria tido vantagens por ter mais tempo pra apresentar seu projeto.

O segundo trata de indícios de superfaturamento de R$ 42 milhões e ainda um terceiro ponto que seriam pagamentos feitos a políticos via doações oficiais.

O caso é proveniente da Operação Fairplay, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal em Pernambuco, mas foi tratado no Supremo como mais um desdobramento da Lava Jato.

Ao longo das investigações, os investigadores constataram indícios do envolvimento de autoridades com foro privilegiado.

Por isso, remeteram em agosto o material ao STF.

Segundo a explicação do deputado, não houve nenhum favorecimento da Odebrecht pelo fato de ter havido um período do um ano e um mês entre a publicação de ata com a manifestação de interesse da empreiteira em realizar os estudos preliminares para construção da Arena e a publicação do edital da obra. “Na hora em que você tem essa manifestação de interesse publicada, qualquer empresa poderia ter manifestado interesse em realizar a obra também, com as mesmas condições da Odebrecht.

E não houve isso.

Pela legislação da época era assim que deveria acontecer”, justifica. » Moro autoriza provas da Lava Jato em investigação sobre Arena Pernambuco » Fair Play: Edilson aponta papel de Geraldo e Paulo no Comitê Gestor das PPPs, investigado pela PF » Operação Fair Play busca documentos na sede do Comitê de Gestão Público-Privada de Pernambuco Tadeu Alencar disse que as alegações sobre superfaturamento não são razoáveis e ainda está sendo avaliado.

De acordo com o socialista a investigação se refere ao valor de um terreno, que foi objeto de desapropriação e entrou no negócio por R$ 30 milhões.

Em uma nota oficial divulgada nessa terça-feira (22), Paulo Câmara, Geraldo Julio e Tadeu Alencar, que integraram o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco (CGPE), negaram qualquer superfaturamento na construção da Arena de Pernambuco. » Oposição a Paulo Câmara na Alepe diz que investigação atrapalha Arena Questionado sobre como os quatro integrantes do partido devem apresentar a própria defesa, Tadeu diz que grupo ainda está avaliando. “Nós não conversamos ainda, as quatro autoridades estão sendo questionadas como membros de um comitê gestor, mas ainda não sei se vamos fazer a defesa individualmente.

Estamos convencidos de que seguimos a lei e a defesa do interesse público”, conclui.