Com autorização para suprimir coqueiros em cinco hectares à margem da PE-09, em Porto de Galinhas, a construção da Arena Porto tem ao todo 40 hectares.
A informação foi de Virgínia Pimentel, que representou a a Procuradoria de Ipojuca na audiência pública realizada sobre as obras da casa de shows na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quarta-feira (23).
A Luan Promoções, responsável pelo empreendimento que tem como sócios o cantor Wesley Safadão e o empresário Janguiê Diniz, não participou da reunião.
Uma nova audiência pública será feita em Ipojuca, no próximo dia 30.
LEIA TAMBÉM » Com embargo à construção de arena, FestVerão Porto é cancelado » Prefeitura de Ipojuca suspende licença ambiental que tinha concedido para Arena Porto » Ipojuca: Secretaria de Controle Urbano e Meio Ambiente faz defesa do projeto da Arena Porto Pimentel explicou que as licenças concedidas foram para instalação do canteiro e terraplanagem nos cinco hectares da fazenda de coco.
A supressão dos coqueiros estava condicionada a replantio. “O licenciamento para a construção está em fase inicial e foi suspenso, atendendo a uma recomendação do Ministério Público”, afirmou Pimentel na audiência. » CPRH embarga obra de casa de shows em Porto de Galinhas e aplica multa de R$ 600 mil » Ministério Público recomenda suspensão das obras de casa de shows em Porto de Galinhas » Ministério Público abre investigação sobre construção de casa de shows em Porto de Galinhas A obra foi embargada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) há duas semanas, após determinar a paralisação cautelar e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurar um inquérito sobre a construção do empreendimento.
O ouvidor da agência, Jost Paulo, explicou na audiência pública que o embargo ocorreu depois de o órgão constatar supressão de mata atlântica em fase de regeneração sem autorização da CPRH e utilização de recursos hídricos, sem outorga da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
A Luan Promoções terá que apresentar um projeto de recuperação da área em até um mês.
Aluísio Lessa comemorou o cancelamento do FestVerão Porto (Foto: Rinaldo Marques/Alepe) Diante do embargo, a empresa decidiu cancelar o primeiro evento programado para a casa de shows, o FestVerão Porto, que seria em janeiro e tinha público estimado em 12 mil pessoas. “Quem conhece esses festivais, como o Tamandaré Fest, sabe que a população praticamente triplica durante esses eventos, sem que haja estrutura para isso”, observou o presidente da audiência pública, deputado Aluísio Lessa (PSB), que comanda também a Comissão de Desenvolvimento Econômico.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Zé Maurício (PP), lamentou a ausência da empresa responsável da obra na reunião.
Outros parlamentares opinaram sobre o projeto.
Edilson Silva (PSOL) alertou para o risco de haver uma imposição do poder econômico ante o conjunto da cidadania.
Para Romário Dias (PSD), deve ser elaborado um plano diretor para a região.
A desapropriação pelo Governo do Estado foi a sugestão de Henrique Queiroz (PR).