A reforma política aprovada nesta quarta-feira (23) no Senado inclui a cláusula de barreira, que impõe um desempenho mínimo para que as legendas tenham acesso ao fundo partidário e ao programa gratuito de rádio de televisão.

Se a mudança passar na Câmara e for sancionada, o que é esperado devido ao tamanho da base aliada, só começa a valer nas próximas eleições.

Mas, se a medida vigorasse já agora, um dos afetados seria o PTdoB, do pernambucano Sílvio Costa.

Mesmo assim, ele já adiantou que vai votar a favor da proposta.

LEIA TAMBÉM » Senado aprova PEC da reforma política; matéria segue para a Câmara » Por 58 a 13, Senado aprova em 1º turno fim das coligações e criação da cláusula de barreira A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria dos tucanos Aécio Neves (MG) e Ricardo Ferraço (ES) prevê que em 2018 os partidos terão que obter, no mínimo, 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, em 14 unidades da federação.

O percentual de desempenho sobe para 3% a partir de 2022, quando começa a valer também o fim das coligações, outra medida apoiada por Sílvio Costa. “O PTdoB tem que lutar para ultrapassar a cláusula de desempenho.

Meu partido tem que lutar para se estruturar no Brasil inteiro”, opinou o parlamentar.

O pernambucano afirmou que a legenda já tem conversado com deputados e espera ampliar a bancada na Câmara de quatro para oito deputados, através da migração de alguns dos 21 deputados que haviam pulado para o Partido da Mulher Brasileira, o PMB.

Apesar dos argumentos de Sílvio Costa, o presidente do PTdoB, Luis Tibé (MG), é contrário à proposta, da mesma forma que as lideranças de outras legendas que seriam afetadas caso a proposta começasse a valer agora. » Roberto Freire diz que reforma política atende apenas aos grandes partidos » Jurista defende reforma política que cria cláusula de barreira; assista entrevista O pernambucano opinou que a existência de muitos partidos faz com que os encaminhamentos de votações, por exemplo, levem mais tempo do que o necessário. “Eu acho um absurdo que o Brasil tenha 35 partidos”, declarou ao Blog de Jamildo. “Isso atrasa o processo legislativo.

Tem que ter, por cima, oito partidos”, defendeu Sílvio Costa.

Sobre o fim das coligações, o deputado afirmou que assim as legendas passam a não precisar do quociente eleitoral para eleger parlamentares. “Quando se proíbe coligação, o partido passa a ter vida partidária, passa a crescer, ter vida orgânica, vida política”, argumentou o parlamentar.

Sílvio Costa é contrário também ao fundo partidário; para ele, os partidos devem sobreviver da ajuda dos filiados.