O novo ministro da Cultura, deputado federal Roberto Freire, esteve no Recife neste domingo (20) para a reunião do Partido Popular Socialista (PPS).
Durante o evento, Freire fez questão de defender a Operação Lava Jato. “Apoio essa operação.
Que as investigações continuem sendo realizadas, que não sejam obstruídas”, ressaltou.
Na última semana, o procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena as investigações da Lava Jato, falou sobre “manobras” no Congresso Nacional para tentar modificar o texto do projeto de iniciativa popular das 10 Medidas Contra a Corrupção, elaborado por procuradores.
Segundo ele, algumas mudanças ameaçam o futuro da Operação.
Leia mais: » No Recife, Vem Pra Rua protesta em defesa da Lava Jato » Fora do governo, Calero acusa Geddel de pressioná-lo para liberar obra Além de defender a continuação das investigações, Roberto Freire disse que o PPS teve “coragem” de enfrentar a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O nosso partido não está envolvido em nenhum desses escândalos do governo petista.
Ao contrário, o PPS teve coragem de enfrentar o governo Lula, quando todos o exaltavam e queriam estar ao seu lado”, pontuou Roberto Freire.
O presidente Michel Temer (PMDB) convidou o deputado Roberto Freire para ocupar o cargo de ministro da Cultura após o pedido de demissão de Marcelo Calero, na última sexta (18).
O ex-ministro afirmou que o pedido de demissão se deu por uma suposta pressão feita pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, pela aprovação de um empreendimento imobiliário em Salvador. “Não desejo a ninguém estar diante de uma pressão política, claramente um caso de corrupção”, afirmou em evento no Rio. » Marcelo Calero pede demissão do Ministério da Cultura de Temer » “Prezarei pelo diálogo”, diz Roberto Freire, novo ministro da Cultura » Geddel telefona para Temer e nega ter pressionado Calero sobre obra Sobre o caso, Freire afirma que analisará o caso de Geddel com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Antes de tomar conhecimento, o princípio que me norteia é o técnico.
Se existe um órgão técnico, é para ser respeitado na suas decisões.
Se existe um órgão técnico e competente, cabe ao ministro levar em consideração e respeitar isso.
Se não, quem vai colaborar com o ministro?”, afirmou Freire. “O Iphan existe; é um órgão técnico e competente para essas questões.
E eu costumo respeitar os órgão técnicos”, disse.
Ainda durante o evento, o novo ministro fez questão de defender a bandeira do seu partido que agora conta com duas pastas do governo Temer, além de Freire, o ministro da Defesa Raul Jungmann também compõe a sigla. “O PPS não ficou no passado, está sempre pensando no futuro.
Temos que permanecer nesse rumo, na vanguarda, entendendo o que vem pela frente, e não reagindo ao que inevitavelmente virá, porque a força está no campo das ideias.
Isso eleição nenhuma muda”, finalizou.
Entre as prioridades de Freire à frente da pasta realizar mudanças na Lei Rouanet.
Ele defende que é preciso criar mecanismos para distribuir melhor os recursos do programa.