Estadão Conteúdo - O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, telefonou na manhã deste sábado (19) para o presidente Michel Temer, que se encontra em São Paulo, para se explicar.

Ele negou haver pressionado o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, a liberar a construção de um edifício no centro histórico de Salvador onde teria um apartamento.

Temer quer reunir-se com Geddel para ouvir sua versão sobre o fato.

Calero demitiu-se nessa sexta-feira (18).

No momento, a tendência é que o Planalto não tome nenhuma atitude adicional no fim de semana.

A interpretação nos bastidores é que há uma “guerra de versões”.

O presidente já conversou com Calero e vai ouvir Geddel.

Auxiliares do presidente dizem que as acusações de Calero são muito graves e questionam se ele tem provas do que afirmou.

Do contrário, observa um interlocutor de Temer, é possível que Geddel o processe.

Leia mais: » Fora do governo, Calero acusa Geddel de pressioná-lo para liberar obra » “Prezarei pelo diálogo”, diz Roberto Freire, novo ministro da Cultura Dada a gravidade das acusações, o Conselho de Ética da Presidência será acionado.

Na entrevista concedida à Folha, Calero afirma que foi pressionado por Geddel a impedir que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nacional revisse uma autorização dada pelo Iphan da Bahia, liberando a construção de um prédio de apartamentos no centro histórico de Salvador.

Por estar nas proximidades de uma área tombada, o empreendimento só poderia ter 13 andares.

Mas o edifício teria perto de 30 andares. » Marcelo Calero pede demissão do Ministério da Cultura de Temer Geddel teria dito a Calero que havia comprado um apartamento “num andar alto”.

O ex-ministro da Cultura revelou também que foi pressionado por integrantes do governo a enviar o caso à Advocacia Geral da União (AGU), que supostamente daria um parecer dizendo que o Iphan nacional não poderia rever a decisão do Iphan baiano.