Estadão Conteúdo - As defesas do senador Edison Lobão (PMDB-MA) e do ex-secretário da Casa Civil do Maranhão Luiz Fernando Moura da Silva sustentam que a colaboração de Gustavo da Costa Marques tem de ser anulada por ele ter admitido que “mentiu” em depoimentos supostamente orientados pela Camargo Corrêa. “Ou você fala a verdade ou perde o direito à delação.

Nesse caso, não houve espontaneidade”, afirmou nesta segunda-feira, 14, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Lobão.

Ele negou que seu cliente tenha recebido “qualquer coisa” do executivo e se disse “perplexo” com a mudança de versões. “Não pode haver recall.” LEIA TAMBÉM » Citação de empresa liga Edison Lobão a ex-presidente da Eletronuclear » Justiça autoriza quebra de sigilos do ex-ministro Edison Lobão Os advogados Daniel Gerber e Bernardo Fenelon, que defendem Silva, alegam que o acordo de Costa Marques está “nitidamente viciado” e não deve ser mantido.

Em petição enviada ao ministro do Supremo Edson Fachin, eles argumentam que a Lei 12.850/13 impõe como condição de validade o compromisso de dizer a verdade “Tal situação é intolerável.

Isso porque a aceitação de mentiras nesse meio de obtenção de prova tão controverso subverte totalmente a finalidade jurídica do instituto da colaboração premiada”, diz o documento. » Ex-ministro Edison Lobão é investigado no Supremo » Incomodado com a discussão do impeachment, Edison Lobão deixa Senado A Camargo Corrêa informou que não se manifestaria.

O advogado Celso Vilardi, que representa executivos da empresa, afirmou que todas as colaborações são verdadeiras e auxiliaram as autoridades.

Com relação a Costa Marques, disse não ter como explicar “porque mentiu” e retificou suas versões.

Fernando Brito e seus advogados não atenderam aos telefonemas do Estado.

Em depoimento à PF, o empresário admitiu que sua empresa foi usada no esquema de corrupção.

O defensor de Rodrigo Brito, Daniel Bialski, informou que não poderia comentar as declarações de Costa Marques, pois o caso é sigiloso.

Costa Marques e sua defesa não atenderam aos telefonemas da reportagem nessa segunda-feira (14).