A história de oito décadas das rádios Nacional e MEC, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), será contada no documentário Alô, Memória – 80 Anos das Rádios MEC e Nacional.
A produção, que vai ao ar na TV Brasil neste sábado (12), às 21h30, une a linguagem documental com elementos da dramaturgia para apresentar um panorama sobre as emissoras.
Isabel Cristina, Albertinho e Jorge Luís, que conduzem o documentário, são três jovens com nomes de personagens de um dos maiores sucessos da radionovela do país, Direito de Nascer.
Eles se deixam mergulhar em uma fantasia radiofônica com imagem, textura e som.
A produção percorre a trajetória da Rádio Nacional e seu brilho: astros e estrelas da radiodramaturgia, do jornalismo e do esporte.
Recorda os programas de auditório e de humor que marcaram época no imponente edifício A Noite, na Praça Mauá. “O documentário resgata e celebra os 80 anos de dois grandes patrimônios da cultura brasileira: as rádios MEC e Nacional.
Juntos, esses dois veículos tiveram um papel fundamental na educação, na informação e no entretenimento da população, trazendo ícones da cultura e grandes atores, que foram o berço da televisão”, destaca a diretora de Produção e Conteúdo da EBC, Cida Fontes.
De acordo com a diretora, o projeto concebido inteiramente dentro da empresa teve a colaboração de diversas equipes que se empenharam para dar vida à ideia. “Contamos com a participação de atores convidados, que emprestaram brilho à parte de ficção do programa, gravado em locações marcantes na história das nossas rádios, como o edifício A Noite e a antiga sede da Rádio MEC, na Praça da República”, afirma Cida Fontes.
O longa também mostra como a Rádio MEC nasceu do sonho de Edgard Roquette-Pinto de levar cultura e educação aos cidadãos em todo território nacional.
O documentário ainda inclui imagens de arquivo de ícones da cena cultural do país como os cantores Cauby Peixoto e Roberto Carlos, a atriz Fernanda Montenegro e o pesquisador Ricardo Cravo Albin.
A produção conta com a participação de dois radioatores, Daisy Lúcidi e Gerdal dos Santos, que há décadas fazem parte do elenco da Rádio Nacional.
Também concedem entrevista para o filme personalidades como o jornalista João Máximo, o compositor Edino Krieger, o radialista Marco Aurélio Carvalho, a radialista Marlene Blois, a jornalista Magali Prado e o jornalista João Batista de Abreu.
Alô, Memória - 80 Anos das Rádios MEC e Nacional recupera áudios e vídeos de atrações das como o Repórter Esso e programas de auditório que lotavam os estúdios e corredores das estações com uma multidão que se aglomerava nas ruas para ver os ídolos.
Sobre a Rádio Nacional Sintonizada na frequência 1.130 kHz AM e presente na memória afetiva da população como a emissora que mostrou o Brasil aos brasileiros, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, inaugurada em 1936, tornou-se, já no início dos anos 1940, uma das cinco emissoras mais potentes do mundo.
Suas transmissões em ondas médias e em três estações de ondas curtas levaram longe o rádio brasileiro e integraram as regiões mais distantes do território nacional.
Símbolo da Era de Ouro do Rádio, a estação desbravou novos gêneros, sistematizou a linguagem sonora e, com sua programação plural, consolidou as matrizes do rádio popular no país ao reunir na mesma grade música, informação, humor, dramaturgia, esporte e programas de auditório.
Instalada desde a inauguração no lendário Edifício A Noite, na Praça Mauá, zona portuária da cidade, o mais alto arranha-céu da América Latina nos anos 1930, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi o maior fenômeno de comunicação de massa que o país já conheceu.
Durante mais de 20 anos, os brasileiros foram guiados por essa antena.
Programas como o jornalístico Repórter Esso e o humorístico Balança Mas Não Cai fizeram história.
As radionovelas da Rádio Nacional marcaram época a partir da primeira, Em Busca da Felicidade, transmitida em 1941.
Depois de três anos no ar, foi substituída por O Direito de Nascer, trama que chegou a mudar hábitos das pessoas que tinham compromisso marcado nos horários durante as transmissões da radionovela, posteriormente adaptada para a televisão.
Até meados da década de 1950, o Rádio-Teatro Nacional irradiou 861 novelas, as mais ouvidas do rádio brasileiro, segundo as mais seguras pesquisas de audiência.
Pode-se observar que a música popular brasileira foi uma antes e outra depois da Nacional, que se transformou numa verdadeira criadora de ídolos por meio da realização de concursos como A Rainha do Rádio, que consagrou diversas cantoras, como Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.
Um dos cantores que ficou marcado como símbolo dessa era foi Cauby Peixoto, que enchia o auditório da emissora em suas apresentações.