Herdeiro político de Eduardo Campos, o governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, defendeu ao Estadão que o PSB tem de pensar em crescer e ter candidatura própria em 2018.
O socialista também defendeu a possibilidade de um acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para que o vice-governador paulista Márcio França (PSB) seja o candidato do tucano à sucessão no Palácio dos Bandeirantes em troca do apoio do PSB à sua eleição.
Em entrevista à Folha de S.
Paulo no último dia 2, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), também defendeu internamente que seu partido lance candidato próprio à Presidência.
O prefeito disse rejeitar ser vice em uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e garante que ficará no cargo até o final de 2020.
Em entrevista à Folha, Julio disse não ter “nenhuma relação” com o presidente Michel Temer e afirmou que as eleições deste ano não foram “só dos conservadores”.
Veja a seguir trechos da entrevista do Estadão com o governador Paulo Câmara: Quais são as pretensões do PSB em 2017?
Em 2017 vamos nos preparar para 2018.
A retomada da pauta nacional é o grande desafio do PSB para 2017.
Com qual finalidade?
Construir um espaço para 2018 que pode ser uma candidatura própria ou uma que una as ideias e pensamentos dessa esquerda democrática, para ver uma alternativa para o futuro.
Para isso, haverá aliança com PSDB?
Primeiro temos de discutir as nossas pautas.
E, em havendo confluências de opiniões e de caminhos, é possível se discutir com outros partidos.
Mas o momento não é de se trabalhar candidaturas pessoais, mas de discutir uma pauta nacional.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pode ser uma opção?
Nunca se discutiu com o governador Alckmin ou com o PSDB nenhuma estratégia para 2018.
Nem dentro do PSB se discutiu isso.
Mas temos uma aliança muito sólida em São Paulo, com o vice-governador Márcio França, muitos municípios de São Paulo também tiveram essa aliança.
Temos expectativa do Márcio França ser governador e candidato ao governo.
Com apoio do Alckmin?
Ele será candidato.
Com o apoio do Alckmin, melhor.
Uma das grandes apostas que temos para 2018 é a candidatura do Márcio para também podermos ter pela primeira vez o comando do grande Estado que é São Paulo.
Dentro de um possível apoio com o PSDB em 2018, há alguma restrição de aliança com o senador Aécio Neves?
Não existe restrição desde que haja confluências de pensamento nessa pauta nacional que estamos construindo.
Evidentemente, temos uma relação hoje mais sólida com o PSDB de São Paulo, onde a grande liderança é o Alckmin.
Isso é uma discussão que vai avançar muito.
Mas acho que o PSB tem de pensar em crescer, ter candidatura própria, se possível, em fortalecer palanques estaduais.
São Paulo é uma prioridade para 2018.
Acha viável uma candidatura do Alckmin pelo PSB em 2018?
Acho muita especulação.
Vemos uma relação muito sólida dele com o PSDB.
Essa discussão nunca chegou no PSB.
O PSB desembarca do governo Temer em 2017?
Não há o porquê de o PSB desembarcar.
A Executiva Nacional nunca pleiteou estar no governo federal.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.