“Jair Bolsonaro é homofóbico?” Essa foi uma das perguntas feitas pelo repórter Marcos Oliveira, do NE10, para o deputado federal do PSC do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (10), em que o parlamentar participa de evento na Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, no Recife.
Bolsonaro ironizou, riu e disparou: “Se fosse, não estaria dando entrevista para você agora.” O deputado é conhecido por posicionamentos contra os homossexuais.
Mas ele diz que não luta contra os gays, mas contra conteúdos sobre diversidade sexual nos materiais didáticos usados na rede pública de ensino, lembrando o período em que se posicionou para impedir o chamado “kit gay”, como ficou conhecido pejorativamente o material “Escola sem Homofobia”.
LEIA TAMBÉM » De olho em 2018, Bolsonaro vai trocar o PSC por um partido maior » No Recife, grupo aguarda o deputado Jair Bolsonaro aos gritos de “Bolsomito” “Um pai prefere chegar em casa e encontrar o filho com o braço quebrado por ter jogado futebol do que com uma boneca por influência da escola”, defendeu Bolsonaro. “É um crime você ensinar para uma criança de 6 anos de idade que ser gay é isso ou aquilo.
Você está estimulando para o sexo logo cedo e isso o pai ensina.” Partido maior para 2018 Já pré-candidato a presidente, Bolsonaro revelou a dois anos das eleições que vai trocar o PSC por um partido maior.
Alegando estar desconfortável dentro da legenda, afirmou que está sendo assediado, principalmente após a aprovação da reforma política que cria uma cláusula de barreira. “No momento eu sou uma loira bastante bonita no Congresso”, comentou.
Bolsonaro não revelou para que partido quer migrar, mas garante que não será de esquerda - “lógico”, nas palavras do deputado. “Que cada vez mais eles percam espaço”, deseja. “Algum partido que tenha tempo de televisão, pelo menos dois minutos, e que tenha um compromisso”, fala sobre seus interesses na nova legenda. » Conselho de Ética rejeita processo contra Bolsonaro por citar Brilhante Ustra » Bolsonaro parabeniza Trump: ‘em 2018, será o Brasil no mesmo caminho’ O deputado que homenageou na votação da admissibilidade do impeachment o coronel Brilhante Ustra, acusado de torturar Dilma Rousseff, não poupou críticas ao partido da ex-presidente. “O PT, é bom ele acabar para o Brasil. É que nem quando você pega uma doença, você tem que ficar livre dela o mais rápido possível”, disparou.
E questionou: “Nós não estamos imunes a tudo, mas você pode ver qual é a herança deles?” Foto: Marcos Oliveira/Blog de Jamildo Bolsonaro afirmou que não está em pré-campanha para 2018, e sim fazendo um movimento nacional. “Mas, pelo que eu vi aqui, algumas pessoas querem que eu seja candidato”, disse.
Recepção no Recife Um grupo de dezenas de recifenses foi ao Aeroporto do Recife para receber o deputado federal aos gritos de “Bolsomito” e pedindo que ele seja presidente em 2018.
Eles chamaram o ex-presidente Lula (PT) de “ladrão” e elogiaram o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância. “Eu acredito na família”, dizia um cartaz no local.
Foto: Marcos Oliveira/Blog de Jamildo Conselho de Ética O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar rejeitou nessa quarta-feira (9), por 11 votos a 1, o parecer do deputado Odorico Monteiro (Pros-CE) favorável à admissibilidade da representação do Partido Verde (PV) que acusa Bolsonaro de quebra do decoro parlamentar por ter citado Ustra.
Para o PV, o parlamentar fez “apologia ao crime de tortura”. » Bolsonaro salta de carro de som mas plateia não segura e ele cai no chão; veja vídeo » Bolsonaro se torna réu no STF por injúria e incitação ao estupro Porém, Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) há quatro meses por injúria e por incitação pública ao estupro.
O caso remonta o episódio em que o parlamentar afirmou na tribuna da Câmara, em 2014, que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) “porque ela não merece”.