A bancada de oposição ao governo Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentou um número alarmante do Pacto pela Vida nesta quarta-feira (9): com 451 mortes, o Estado teve o pior mês da história do Pacto pela Vida e, no ano, houve 3,6 mil homicídios.
Diante do cenário, os deputados querem mudanças no programa e afirmaram que vão procurar o Tribunal de Justiça de Pernambuco, o Ministério Público do Estado, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Ministério da Defesa para discutir a contribuição de cada um no combate à criminalidade. “Precisamos envolver toda a sociedade num amplo debate sobre a criminalidade em nosso Estado, assim como representantes dos agentes de segurança e de toda a sociedade civil. É preciso relançar as bases do Pacto pela Vida”, voltou a defender o líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PRB).
O parlamentar tem criticado o programa, que foi a principal vitrine do ex-governador Eduardo Campos (PSB). “Nos últimos três anos, regredimos quase uma década no combate à criminalidade.
O Pacto pela Vida entrou em colapso e a Secretaria de Defesa Social e o Governo do Estado não conseguem mais dar respostas à demanda por segurança da sociedade pernambucana”, avaliou.
O deputado Edilson Silva (PSOL) fez uma comparação com outros estados do Nordeste. “Não há estado em situação tão grave de crescimento generalizado da criminalidade como Pernambuco.
A redução de apreensão de armas em 24%, enquanto estados como Alagoas e Ceará aumentaram as apreensões em 40% e 70%, ajuda a entender porque temos resultados diferentes”, afirmou.
Policial militar que foi um dos articuladores da greve de 2014 e vice-líder da oposição, Joel da Harpa (PTN) reforçou a necessidade de diálogo com os agentes de segurança. “O profissional de segurança está na linha de frente dessa guerra e termina sendo a primeira vítima desse processo, seja morrendo em combate, cometendo suicídio ou apresentando problemas psicológicos graves.”