A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou, em nota divulgada nessa terça-feira (8), suposições do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, em Washington, nos Estados Unidos, sobre os valores de sua campanha à reeleição.

Para ela, “é espantoso que um ministro da mais alta corte eleitoral do País trate de questões processuais relativas à campanha presidencial fora dos autos”. “Mais ainda que seja em um evento no exterior. É uma conduta inadequada a um magistrado”, completou a nota.

Na última segunda-feira (7), em Washington (EUA), Gilmar Mendes disse para a imprensa e lideranças locais que a campanha de Dilma para sua reeleição em 2014 custou 4 vezes mais que o efetivamente declarado.

Segundo ele, a campanha declarou gastos de R$ 360 milhões, mas haveria estimativas de que tenha gasto R$ 1,3 bilhão.

Dilma afirma que a campanha da reeleição em 2014 teve custo de R$ 330 milhões. “A prestação de contas foi aprovada por unanimidade do TSE, com parecer favorável do Ministério Público”.

Leia a nota, na íntegra: A respeito das declarações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, em Washington, nos Estados Unidos, de que a campanha de reeleição teria custado quatro vezes mais do que o valor efetivamente declarado, superando a marca de R$ 1,3 bilhão, a ex-presidenta Dilma Rousseff esclarece: 1.

A campanha da reeleição em 2014 teve custo de R$ 330 milhões.

A prestação de contas foi aprovada por unanimidade do TSE, com parecer favorável do Ministério Público. 2.

As cifras citadas pelo ministro Gilmar Mendes não têm o menor amparo nos fatos.

Aliás, é espantoso que um ministro da mais alta corte eleitoral do País trate de questões processuais relativas à campanha presidencial fora dos autos.

Mais ainda que seja em um evento no exterior. É uma conduta inadequada a um magistrado. 3.

Como presidente da Corte, o ministro Gilmar Mendes deve abster-se de fazer prejulgamentos e de externá-los, como determina a lei. 4.

A Constituição Federal é clara ao impedir manifestações políticas e partidárias expressas por magistrados que violem a imparcialidade no processo legal. 5.

Vivemos tempos sombrios que turvam o Estado Democrático de Direito no Brasil.