Ocupações de escolas e universidades em reação à reforma do Ensino Médio receberam apoio da presidente da Comissão de Educação, Teresa Leitão (PT), nesta segunda (7).
Em discurso no Plenário, a deputada criticou a proposta do Governo Federal e anunciou a realização de audiência pública, em data a ser definida, para tratar dos movimentos em Pernambuco.
Segundo a parlamentar, alunos protestam, na Capital e no Interior, em instalações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE).
Duas escolas estaduais de referência em Ensino Médio também registram ocupações. “Ninguém está fazendo baderna, matando o tempo”, asseverou a parlamentar. “Todas as ocupações têm uma agenda de formação, rodas de diálogo com especialistas, debates sobre a conjuntura e sobre temas do currículo”, apontou a petista, relatando ela própria ter participado de discussões no Recife e em Vitória de Santo Antão (Mata Sul).
A deputada classificou como “absurda” a intenção, anunciada pelo Ministério da Educação (MEC), de mover ação judicial contra entidades estudantis por suposto prejuízo na aplicação das provas do Enem em decorrência das ocupações. “É lamentável que setores da imprensa e do Governo queiram desvalorizar o movimento, como se a juventude fosse desprovida de pensamento crítico”, afirmou.
Teresa Leitão lembrou que a Alepe recebeu, em outubro, secretário do MEC em audiência pública sobre a reforma, ocasião em que, segundo a parlamentar, “ficaram muitas questões sem respostas”. “O MEC rompeu com uma longa discussão sobre o Ensino Médio, que vinha sendo conduzida por especialistas.
A base curricular está sob ameaça”, disse.
Em aparte, Priscila Krause (DEM) divergiu da avaliação da petista.
A deputada elogiou o MEC por impor a discussão da reforma no Congresso Nacional. “Consensos absolutos não existirão, mas precisamos dar uma resposta à juventude que se prepara para o mercado de trabalho.” Edilson Silva (PSOL) declarou apoio aos estudantes contrários à reforma e anunciou visita às ocupações. “Felizmente, há segmentos da sociedade resistindo, e espero que a resistência cresça.” Odacy Amorim (PT) lembrou que o campus da UPE em Petrolina, no Sertão do São Francisco, foi um dos primeiros ocupados, e pediu que a Comissão de Educação organize audiência pública na cidade. “É preciso que o Governo Federal trate os alunos de forma equilibrada.”