Dias depois de acusar caciques do PSB local de tentar inviabilizar a sua candidatura em Olinda, provocando um racha no partido, o advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, terá reuniões em Brasília e em São Paulo com lideranças da legenda na próxima semana.
Os encontros serão com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e com o vice-governador de São Paulo, Márcio França, que articula o apoio dos socialistas ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) em uma provável candidatura à presidência em 2018, ao contrário do que querem os líderes pernambucanos.
Além deles, Antônio Campos tem agendas com o ministro das Cidades, o tucano Bruno Araújo, e com o novo líder do governo Michel Temer (PMDB) no Senado, o peemedebista Romero Jucá.
LEIA TAMBÉM » Irmão de Eduardo Campos decide ir à Justiça contra secretário da Casa Civil de Pernambuco » Antônio Campos acusa viúva de Eduardo de querer acabar com a família » Alvo de Antônio Campos, PSB diz que é princípio da democracia respeitar resultado das urnas A Carlos Siqueira, com quem estará na quarta-feira (9), Antônio Campos vai reclamar sobre o posicionamento do PSB de Pernambuco sobre a sua candidatura.
No primeiro turno, o governador Paulo Câmara (PSB) e seus aliados não apareceram em Olinda.
No segundo, Câmara foi duas vezes.
O irmão de Eduardo Campos denuncia que teria sido vítima de uma articulação contra a sua campanha.
Ele diz, por exemplo, que foi monitorado pela Casa Militar durante as eleições - fato que é negado pela gestão - e que o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, teria procurado os adversários para enviar uma pesquisa.
Para se lançar em Olinda, contou com a articulação nacional de Siqueira e da sua mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes.
No encontro com o presidente do PSB, Antônio Campos vai entregar uma carta de agradecimento à Executiva Nacional do partido pelo apoio nas eleições.
Derrotado na primeira disputa que enfrentou, o advogado afirmou que vai permanecer na política e já planeja se candidatar em 2018 a deputado estadual ou federal. » Antônio Campos sugere que Ana Arraes voltará à política para reunificar PSB » Irmão de Eduardo Campos cria racha no PSB, mas vai ser candidato em 2018 » Antônio Campos diz que foi monitorado pela Casa Militar de Paulo Câmara nas eleições No mesmo dia, Antônio Campos também estará na cerimônia de lançamento do programa “Cartão Reforma”, do Ministério das Cidades, e terá uma audiência com o ministro Bruno Araújo.
O tucano o apoiou no segundo turno em Olinda, depois que a candidata do PSDB, Izabel Urquiza, ficou em terceiro lugar e foi derrotada ainda no primeiro.
Apesar de ter apoiado Geraldo Julio (PSB) no Recife, contra o petista João Paulo, Araújo esteve em palanque divergente de Paulo Câmara em Caruaru, por exemplo, com a correligionária Raquel Lyra, candidatura que movimentou forças que podem se opor ao Palácio do Campo das Princesas nas eleições daqui a dois anos. » Sobre aliança com Alckmin, Geraldo Julio defende candidatura própria do PSB em 2018 » “Tem outras alternativas”, diz irmão de Eduardo Campos sobre ter Paulo Câmara ou Geraldo Julio na vice de Alckmin em 2018 » Antônio Campos abre o verbo e reclama de sabotagem do governo Paulo Câmara A última reunião de Antônio Campos será na quinta-feira (10), em São Paulo, onde será recebido por Márcio França.
Na agenda, uma visita de cortesia ao correligionário paulista.
Antônio Campos é presidente da Comissão Nacional de Ética do PSB, enquanto França é Secretário Nacional de Finanças do partido.
Nos bastidores, os PSB de São Paulo, representado por França, já mobiliza essa ala do partido por mais uma aliança com Alckmin.
Diz-se que Geraldo Julio ou Paulo Câmara poderiam ficar com a candidatura à vice-presidência.
Antônio Campos afirma que “há outras possibilidades”.
Geraldo Julio e outros pernambucanos defendem uma candidatura própria socialista à presidência, como aconteceu em 2014 com Eduardo Campos na disputa.