Estadão Conteúdo - O juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma).

Palocci é réu por corrupção e lavagem de dinheiro.

Também são acusados Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.

Palocci foi preso na Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, em 26 de setembro.

Para os procuradores, o codinome ‘Italiano’ em planilhas de propina da Odebrecht é Antonio Palocci.

LEIA TAMBÉM » Palocci era interlocutor da Odebrecht, diz Lava Jato » Lava Jato denuncia Palocci por corrupção e lavagem de dinheiro » Lava Jato identifica contratos milionários de Palocci Segundo Moro, “há razões fundadas para identificar Antônio Palocci Filho como a pessoa identificada pelo codinome ‘Italiano’ no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht”. “Entre elas, a referida planilha apreendida que retrata, sob o título ‘Posição Programa Especial Italiano’, os pagamentos e compromissos de pagamentos de vantagem indevida pelo referido grupo empresarial a agentes do Partido dos Trabalhadores entre 2008 a 2013, as mensagens eletrônicas nas quais executivos do Grupo Odebrecht discutem a respeito da interferência de ‘Italiano’ em seu favor junto ao Governo Federal e os registros na contabilidade subreptícia de pagamentos de valores a ‘Italiano’”, afirmou o magistrado na decisão.

A Omertà identificou que, entre 2006 e 2015, o ex-ministro “estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal”. » Defesa de Palocci alega que Moro não está sendo imparcial » Justiça Federal nega pedido para soltar Palocci » Polícia Federal indicia Palocci e Odebrecht por corrupção Neste esquema, segundo a denúncia, “a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina, destinada majoritariamente ao Partido dos Trabalhadores (PT)”.

A Procuradoria sustenta ainda que Palocci atuou “em favor dos interesses do Grupo Odebrecht no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras”.

A acusação do Ministério Público Federal aponta que o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, “que prestavam serviços de publicidade eleitoral em diversas campanhas do Partido dos Trabalhadores, teriam recebido, conscientemente e sob a supervisão de Antônio Palocci Filho, parte dos pagamentos das propinas a título de remuneração dos aludidos serviços”. » Palocci pede a Moro que libere R$ 79 mil de sua empresa para pagar funcionários » Moro decreta prisão preventiva de Palocci » Palocci diz à PF que não é ‘italiano’ da planilha de propinas Ainda segundo a denúncia, também houve pagamento de propinas pela Odebrecht em contratos celebrados com a empresa SeteBrasil para fornecimento de sondas para utilização pela Petrobras na exploração do petróleo na camada de pré-sal.

Um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco afirmou que a Petrobras lançou licitação, em cujo formato teria Antônio Palocci Filho influenciado, para o afretamento de vinte e uma sondas para exploração do pré-sal no Brasil.

OS RÉUS 1) Antônio Palocci Filho; 2) Brasnilav Kontic; 3) Eduardo Costa Vaz Musa; 4) Fernando Migliaccio da Silva; 5) Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho; 6) João Carlos de Medeiros Ferraz; 7) João Cerqueira de Santana Filho; 8) João Vaccari Neto; 9) Luiz Eduardo da Rocha Soares; 10) Marcelo Bahia Odebrecht; 11) Marcelo Rodrigues; 12) Monica Regina Cunha Moura; 13) Olívio Rodrigues Júnior; 14) Renato de Souza Duque; e 15) Rogério Santos de Araújo.