Em entrevista concedida à Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (1º), o ex-prefeito João Paulo (PT), que foi derrotado no último domingo (30) na disputa pela Prefeitura do Recife com 38,70%, contra 61,30% do prefeito Geraldo Julio (PSB), falou sobre suas atividades pós-eleição. »‘Espólio’ do PT é ocupado por 25 partidos »Reeleito no Recife, Geraldo Julio diz que a educação será prioridade O petista disse que terá foco nos estudos. “Estou concluindo meu trabalho da pós, que estou concluindo sobre trabalhador do jogo do bicho, estudando as dificuldades é uma atividade que não conta pra aposentadoria.
Também vou voltar para as aulas de inglês”, acrescentou.
Economista, João Paulo está concluindo uma pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho.
No campo político, o próximo compromisso de João Paulo será participar de uma reunião da Executiva nacional do Partido dos Trabalhadores nos dias 10 e 11 deste mês, em São Paulo. “Vamos fazer balanço do resultado eleitoral no âmbito nacional e e local”, disse. 2018 Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula Sobre o próximo pleito em 2018, João Paulo garantiu que vai participar, mas ainda não sabe se será candidato ou estará como militante. “Nem saí desta, mas possivelmente estarei na próxima.
Seja como militante ou candidato, mas tem tempo ainda.
Essa eleição promoveu um grande abalo e no próximo ano retornamos no projeto de disputa de espaço de poder”, explicou João Paulo.
DERROTA Foto: Antonio Augusto / Reprodução Agência PT O “espólio” do PT, principal derrotado nas eleições municipais de 2016, foi pulverizado por 25 partidos.
Esse é o total de legendas que, a partir de 2017, vai comandar cidades conquistadas por petistas em 2012 e perdidas neste ano.
Nenhum partido teve desempenho muito distante de sua média nacional nas ex-cidades petistas.
Em números absolutos, os maiores avanços foram feitos pelo PMDB (106 prefeituras) e PSDB (95).
Mas eles também foram os dois maiores vencedores no conjunto de todos os municípios, e sua taxa de sucesso foi similar nas áreas governadas pelo PT ou não.
O PT perdeu quase 60% das prefeituras que administrava no Brasil, segundo reportagem do Jornal do Commercio.
De 638 prefeitos eleitos em 2012, o partido garantiu apenas 256 vitórias nas urnas.
Em Pernambuco, o comando petista caiu de 13 prefeituras para sete neste pleito.
A diminuição da legenda deve ser aproveitada para fazer uma reavaliação, analisa o cientista político Thales Castro. “O PT tem que se reinventar por completo, com relação às lideranças, ao discurso, à abordagem de comunicação social, às plataformas políticas.
Tem que fazer uma autocrítica muito profunda.
Se não, num médio prazo, daqui a duas ou três eleições, o PT corre o risco de entrar para o hall de partido nanico, de partido com pouca reverberação”, disse Thales ao JC Online.