Estadão Conteúdo - O PSDB saiu do segundo turno como o maior vencedor da eleição municipal de 2016, se o critério observado for o número de eleitores que cada partido vai governar.

Em seu conjunto, os prefeitos do partido vão administrar cidades que abrigam 23,9% do eleitorado - ou seja, para cada quatro eleitores, um será governado por um tucano.

Em relação à eleição de 2012, a faixa do eleitorado governada por tucanos quase dobrou - era de 13,1%.

Já a parcela governada pelo PT, seu principal antagonista, desabou de 19,9% para 2,9%.

LEIA TAMBÉM » Para governo Temer, resultado das eleições sepulta discurso do golpe » Resenha Política analisa resultado das eleições no Nordeste A fatia alcançada pelos tucanos é a maior desde 2004, o primeiro ano para o qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga dados de resultados eleitorais digitalizados.

O recorde anterior pertencia ao PMDB, que em 2008 venceu em municípios que abrigavam 22,1% do eleitorado da época.

No primeiro turno destas eleições, o PSDB venceu em 789 cidades, que concentravam 26,8 milhões de eleitores.

Na segunda rodada da eleição, foram 14 cidades a mais, com eleitorado de 7,6 milhões, chegando ao total de 34,4 milhões. » Rui Palmeira é reeleito em Maceió e derrota novamente projeto de Renan Calheiros » Raquel Lyra e ministro de Temer derrotam Tony Gel e grupo de Paulo Câmara em Caruaru » Raquel Lyra comemora vitória em Caruaru com choro e abraços no pai A principal causa do salto tucano foi a vitória na cidade de São Paulo, que concentra 26% dos eleitores que serão governados pelo partido.

João Doria, novato na política, venceu no primeiro turno com 53,3% dos votos válidos e vai suceder o petista Fernando Haddad a partir de janeiro do próximo ano.

Neste domingo (30), a maior cidade conquistada por um tucano foi Manaus, onde Artur Virgílio Neto conseguiu se reeleger, com 56% dos votos válidos. » Saiba quem foram os prefeitos eleitos no segundo turno no Brasil » PSDB foi o partido que mais venceu no segundo turno no País O PMDB teve o segundo melhor desempenho: vai governar 20,5 milhões de eleitores a partir do próximo ano, o equivalente a 14,2% do total.

O partido do presidente Michel Temer só ficou à frente do PSDB no quesito número de prefeituras conquistadas: foram 1.037 contra 803.

No segundo turno, candidatos peemedebistas venceram em nove municípios, que concentram 12% do eleitorado em disputa (cerca de 33 milhões).

Refluxo A onda antipetista, que já havia se manifestado no primeiro turno, voltou a demonstrar sua força neste domingo.

Todos os sete candidatos do PT que haviam conseguido se classificar para a segunda rodada acabaram perdendo.

A derrota petista mais significativa se deu em Santo André, onde Paulo Serra (PSDB) derrotou Carlos Grana (PT), candidato à reeleição, por 78% a 22%.

O PT também amargou derrota significativa em Mauá, outra cidade da região do ABC paulista que integrava o chamado cinturão vermelho, grupo de municípios da região metropolitana que costumava ter maioria de eleitores petistas.

O atual prefeito Donisete Braga (PT) foi derrotado por Átila Jacomussi (PSB), por 65% a 35%. » Agora sem Eduardo Campos, Geraldo Julio bate de novo PT no Recife e consolida-se como maior liderança socialista no Estado » João Paulo diz que teve vitória eleitoral no Recife mesmo com esquerda em crise Com os resultados deste domingo, o PT foi praticamente varrido do chamado clube do segundo turno, o conjunto das 92 cidades que têm 200 mil eleitores ou mais.

Nesse conjunto, que abriga 38% do eleitorado do País, o único representante petista a partir do próximo ano será o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, reeleito já no primeiro turno com 55% dos votos válidos.

Graças à vitória no Rio, com Marcelo Crivella, o PRB ficará na segunda colocação, em número de eleitores governados, no clube do segundo turno, atrás do PSDB e à frente do PMDB.

Partidos pequenos Partidos nanicos obtiveram um avanço inédito no grupo das 92 maiores cidades do País.

Somados, eles venceram em 18 desses municípios e vão governar 7,4 milhões de eleitores.

Os maiores destaques foram as vitórias de Alexandre Kalil (PHS), em Belo Horizonte, e Rafael Greca (PMN), em Curitiba.

O avanço dos nanicos consolidou o fenômeno da dispersão partidária, que já havia sido recorde no primeiro turno.

No total, políticos de 31 partidos vão administrar pelo menos uma prefeitura a partir de 2017.

Apenas quatro das legendas registradas não venceram em nenhum município.